Seguradoras norte-americanas, dentre elas a Geico e Allstate, estão adotando uma prática corporativa que vem ganhando adeptos no setor: a devolução de parte do dinheiro pago pelo consumidor com o seguro de automóveis. O motivo é o novo coronavírus.
A decisão das empresas está relacionado a diminuição do tráfego de veículos nos EUA causado pela recomendação do poder público para que as pessoas fiquem em casa. Ao menos é o que dizem os números oficiais.
O Uber americano, por exemplo, informou que houve uma redução de 70% no total de corridas em cidades atingidas pelo coronavírus. Outro levantamento, desta vez fornecido pela Inrix, empresa que analisa dados de mobilidade urbana, mostra uma redução média de 30% no tráfego de veículos em todo o território americano na primeira quinzena de março – um percentual que provavelmente já é bem maior em abril. Além disso, o mesmo estudo mostra que a maior redução teria ocorrido em São Francisco, com uma queda de 51%.
Ocorre que um dos fatores usados no cálculo de um seguro de autos é justamente o uso do veículo. Ou seja, quanto mais guiamos os nossos carros, maior é a probabilidade de acontecer um acidente, uma quebra, furto e até roubo. A quarentena imposta pelo poder público interrompeu bruscamente essa circulação, o que teria resultado na diminuição do valor de seguro auto.
Pioneiras
Empresas americanas, inclusive, reconhecem essa mudança no valor. As pioneiras nessa prática são as empresas Allstate e American Family Insurance. No último dia 7, elas anunciaram a devolução de cerca de US$ 800 milhões a seus clientes que possuem seguros de automóveis. Segundo a Allstate, a companhia irá reembolsar cerca de 15% dos prêmios pagos (ou parcelas dos seguros) por seus clientes nos meses de abril e maio, totalizando aproximadamente US$ 600 milhões.
“Dado um declínio sem precedentes na direção, os clientes receberão um retorno do abrigo no local”, disse Tom Wilson, CEO da Allstate em entrevista à CNN americana. “Isso é justo, porque menos direção significa menos acidentes”.
Os pagamentos da Allstate serão direcionados a todos os clientes dos EUA e também do Canadá que possuem seguro de automóvel pessoal, independentemente se o estado onde reside o consumidor estar ou não em quarentena.
Já a American Family, que atende clientes em 19 estados americanos, também disse que seus pagamentos serão direcionados a todos os clientes. A empresa informou que devolverá cerca de US$ 50 por carro. Ao todo, a companhia devolverá cerca de US $ 200 milhões.
Crédito
A Geico, segunda maior seguradora de automóveis dos EUA, adotou outra medida em favor do seu consumidor. Ao invés de devolver o dinheiro, a empresa decidiu dar um crédito para o pagamento de uma próxima apólice de seguro. De acordo com a companhia, 15% do valor da apólice vigente será convertido em crédito na data de renovação do seguro.
Na prática funcionaria assim: se um seguro custa US$ 1000, o cliente da empresa terá US$ 150 iniciadas nas apólices com duração de seis meses ou as demais iniciadas entre abril até o dia 8 de outubro.
De acordo com outra reportagem da CNN americana, a medida tomada pela Geico está relacionado a uma redução no pagamento dos prêmios (seguro) de 85% devido à queda no tráfego durante a crise – o que significa uma economia para a indústria de cerca de US $ 10 bilhões. Ou seja, o segredo é fazer o cálculo e mostrar que ajudar o consumidor e ganhar dinheiro são duas práticas que podem andar de mãos dadas.
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