O Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lançou hoje (05/08) o Movimento Compre do Pequeno Negócio, que visa incentivar o consumo nos pequenos empreendimentos do País, que somam 10 milhões de negócios – 95% do total dos CNPJs e 27% do PIB.
Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, a ideia é fortalecer o pequeno negócio. “É mais que uma campanha, é um movimento”, disse durante apresentação. “Queremos que a sociedade abrace essa iniciativa”, diz. O Movimento tem dia específico, 5 de outubro – data em que foi lançado o Estatuto da Micro e Pequena Empresa, em 1999, e que se transformou no Simples. “Essa data não tinha vida e queremos transformá-la em uma data forte. Todo dia é dia de comprar no pequeno, mas esta será uma data forte”, explicou Barretto.
O Movimento foi criado sobre cinco eixos. O primeiro diz que o pequeno negócio é fundamental para a rotina das pessoas, que cada vez mais se voltam para os bairros. Outro ponto considerado é a importância dos pequenos para a geração de empregos: são 17 milhões de vagas formais. As pequenas empresas também representam 52% dos empregos formais gerados.
E mesmo em um momento de crise e queda no consumo, as pequenas empresas continuam gerando emprego. No primeiro semestre, o saldo de vagas nas pequenas empresas foi de 116 mil postos, ao passo que nas médias e grandes empresas o saldo ficou negativo em 450 mil vagas.
Outro pilar é o fato de que o dinheiro gerado pelos pequenos empreendedores fica nos bairros. “Queremos aumentar essa onda”, diz Barretto. Esse tipo de negócio também fortalece a economia do País. Além disso, o quinto eixo é o fato de que benefício do fortalecimento dos pequenos se estende a toda a sociedade.
Para representar a data, o Sebrae preparou uma série de iniciativas principalmente na semana anterior, de 21 a 26 de setembro. Serão 300 mil atendimentos, 85 mil orientações técnicas, 20 mil cursos presenciais e à distância, 750 seminários, 1.400 clínicas tecnológicas, 80 missões e caravanas e 44 mil horas de consultoria.
Embora as ações sejam fortalecidas próximo à data de 05/10, a ideia é que o Movimento se mantenha vivo ao longo de todo o ano, uma vez que também tem o objetivo de sensibilizar o consumidor. “Queremos dialogar diretamente com eles, bem como incentivar as grandes empresas a terem as pequenas entre seus fornecedores. Comprar da pequena é um ato de cidadania”, diz Barretto.
Para fortalecer o movimento, o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, reforçou que os pequenos estabelecimentos do segmento não sentem qualquer crise e que o setor representa 2,7% do PIB, 8% dos empregos e um terço do que o brasileiro gasta fora de casa, percentual que deve chegar aos 40% nos próximos 10 anos. “Os pequenos têm enorme importância para a economia, mas ainda poucos sabem disso”, afirma. Ele explica que para cada real gasto nos estabelecimentos são gerados R$ 2,34 em outros setores da economia.
Para Cristina Franco, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising), o movimento beneficiará toda a cadeia de franquias, formada por pequenos empreendedores. Para ela, o pilar de treinamento é um dos mais importantes para o setor. “É através da capacitação que teremos negócios mais fortes”, diz.
Em São Paulo, o Movimento deve capacitar 1 milhão de empreendedores de forma presencial e online. “A segunda frente é o acesso ao mercado: serão realizadas feiras para que esses negócios possam vender seus produtos e serviços”, conta Bruno Caetano, superintendente do Sebrae-SP. Outro aspecto importante é a criação de um programa novo para o empreendedor individual, o Super MEI. “A ideia é formar 40 mil Super MEIs neste ano”, explica. O lançamento oficial da iniciativa deve acontecer em 20 dias.
Para Caetano, o Movimento veio em boa hora no Estado, uma vez que o paulista é receptivo ao pequeno negócio. “37% dos consumidores compram de forma consciente nos pequenos negócios e 75% estão dispostos a comprar em pequeno negócio quando são informados sobre a importância deles para a economia. Além disso, parte significativa está disposta a pagar mais pelo produto e serviço nesse pequeno negócio”, afirma Caetano.
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