Hoje, no Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), vamos explorar o que se passa na cabeça do apostador. Isso porque entender a psicologia por trás das apostas é crucial para promover um jogo responsável. E também para evitar o endividamento, afinal, contemplando mais de 20 milhões de apostadores, 86% das pessoas que apostam têm dívida e que 64% estão negativados na Serasa.
Isso pode se dar porque, em primeiro lugar, quem aposta “compensa” cada perda com uma nova jogada. Essa busca por “sorte” pode desencadear ciclos viciosos que afetam a saúde mental. Para abordar o assunto, a Question Pro, em parceria com o Instituto Locomotiva, apresenta a pesquisa “Dentro da Mente do Apostador: como age e o que busca o consumidor das bets?”.
O levantamento, uma encomenda da CX Brain, unidade de inteligência de dados e insights associada ao Grupo Padrão, para o CONAREC, traz vários achados. O primeiro deles, diz respeito à influência para o indivíduo começar a apostar. A principal (39%) é a propaganda e anúncio na televisão e no rádio. Em segundo lugar, e de novo, a propaganda e anúncios em aplicativos e sites (37%). Os amigos também têm influência (36%). Depois, vêm as postagens em redes sociais (29%), o bônus recebido (25%), o patrocínio a times esportivos (23%) e notícias sobre o assunto em meios de comunicação (16%).
Propaganda para o apostador
Isso significa, segundo a Question Pro e o Instituto Locomotiva, que 68% dos brasileiros que apostam foram influenciados por propagandas ou anúncios de apps/sites de aposta esportiva ou de patrocínio de times para começar a fazer apostas esportivas. Essa influência é uma demonstração clara de como o marketing digital e as estratégias de patrocínio podem moldar comportamentos e decisões financeiras.
Outra coisa: 80% dos apostadores começaram a acreditar que fazer apostas esportivas fez o ato de assistir esportes ficar mais emocionante. A pesquisa mostra também que 77% desses consumidores passaram a acompanhar mais esportes depois que começaram a fazer apostas esportivas. Entre os esportes, o futebol lidera, com 86%. Na sequência, aparece o basquete (21%) e o vôlei (15%).
Sorte ou conhecimento?
No mundo das apostas, dois conceitos caminham lado a lado: o da sorte e o do azar. A sorte é frequentemente vista como um fator imprevisível, enquanto o azar pode ser interpretado como uma série de eventos infelizes. Fato é que a crença na sorte influencia as decisões dos apostadores, criando um ciclo ora de esperança ora de desespero. Na pesquisa, quando os apostadores foram questionados se enxergam as apostas como um “cálculo de conhecimento” ou um jogo de sorte, a resposta é que 77% acreditam que ganhar dinheiro é uma combinação dos dois.
Contudo, os homens (61%) consideram que ganhar é bem mais fruto do conhecimento. Ademais, 49% dos apostadores, de ambos os sexos, acreditam que têm bem mais conhecimento sobre esportes do que a média dos apostadores. E 4 em cada 10 apostadores admitem que têm superstições para trazer sorte ao jogo enquanto acompanham o esporte em que fazem apostas.
Outro dado curioso do estudo é que 6 em cada 10 apostadores já trocaram de aplicativo ou site de apostas porque sentiram que estavam tendo uma maré de azar, após uma sequência de perdas.
Sabendo que a “sorte” desempenha um papel importante no resultado das apostas, os pesquisadores quiseram saber “qual é o impacto da sorte na experiência do usuário e na relação com as marcas das bets?”. Ao passo que a resposta está no ganha-ganha. Prova disso é que 38% dos apostadores ficam satisfeitos com a empresa quando obtém retorno financeiro.
Qual app é o escolhido?
Na hora de escolher onde realizar suas apostas, brasileiros priorizam as ODDs, que indicam o quanto alguém pode receber ao apostar em determinado resultado de um evento esportivo. Entretanto, eles admitem que propagandas são um fator relevante. Para se ter uma ideia, 68% pensa que a ODD é o fator mais relevante. Em segundo lugar, o patrocínio de times recebe 62% dos apostadores. Em terceiro lugar, está a propaganda ou os anúncios (53%). O cashback também é um elemento crucial, sendo que 38% dos brasileiros que apostam avaliam o “bônus” como um dos principais critérios para escolher um site ou um aplicativo de aposta.
Entre os apostadores, a fidelidade a uma única marca é pequena. Prova disso é que 59% dos apostadores já jogaram em mais de uma plataforma. Desse universo, 46% permanecem entre duas ou três empresas. E mais: com alta rotatividade, 84% dos apostadores já mudaram o app ou site especializado em que apostam. O principal motivo são bônus e cashback (37%).
A saúde mental dos apostadores é uma questão que merece atenção e discussão. As emoções intensas, como a euforia da vitória e a decepção da derrota, podem impactar significativamente o bem-estar psicológico. Esses altos e baixos emocionais podem levar a comportamentos impulsivos e a uma relação tóxica com o jogo.
Adicionalmente, muitos apostadores enfrentam pressões sociais e financeiras que agravam sua condição mental. O estigma associado ao vício em jogos pode impedir que busquem ajuda, fazendo com que se sintam isolados e incompreendidos. É crucial criar um ambiente onde a conversa sobre saúde mental e apostas se torne mais aberta e aceitável.
Para saber mais, acesse a pesquisa da Question Pro, em parceria com o Instituto Locomotiva, na íntegra: