Os problemas identificados nos estoques da Cnova geraram um impacto no balanço de 2015 da companhia na ordem de R$ 177 milhões, segundo informou a empresa.
A Cnova iniciou investigação para apurar irregularidades na gestão de estoques no Brasil em dezembro do ano passado. Além de irregularidades na conduta de funcionários relacionadas à gestão de estoques, nos centros de distribuição (CDs), a Companhia também identificou discrepâncias relacionadas às contas a pagar devidas a fornecedores e nas contas a receber/produtos em trânsito com empresas de entrega.
A administração identificou um valor sobrestimado nas vendas líquidas e contas a receber da Cnova, principalmente em casos quando o cliente pede um produto substituto, ou por não ter recebido aquele que ele comprou ou porque o que recebeu tinha algum defeito.
Por conta disso, a empresa quer revisar e aprimorar o acompanhamento dos pedidos de troca e suas vendas secundárias associadas no Brasil – que agora são supervisionadas por uma equipe especializada.
A administração verificou, ainda, que “algumas entradas incorretas relativas principalmente a contas a pagar e relatórios escritos foram intencionalmente realizados por membros da equipe de contabilidade da Cnova Brasil sob direção de ex-funcionários da Cnova Brasil desde 2011”.
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Os principais efeitos desses problemas, segundo a empresa, são R$ 47 milhões de provisionamento adicional de produtos com defeito; R$ 75 milhões de baixa de itens em trânsito com transportadores e R$ 55 milhões de complemento de contas a pagar a fornecedores.
O ajuste de baixa de itens em trânsito com transportadores inclui o efeito de R$ 110 milhões como redução nas vendas líquidas da empresa no ano passado.
Segundo a empresa, as investigações continuam, mas dificilmente novos fatos mudarão de forma relevante os ajustes identificados até agora. Ainda segundo a Cnova, os problemas com a gestão de estoque de sua subsidiária no Brasil podem ter acontecido desde 2013.
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