A Inteligência Artificial (IA) tem acelerado o desenvolvimento da robótica de forma impressionante. O que antes parecia coisa de ficção científica começa a se materializar diante dos nossos olhos, com robôs humanoides cada vez mais presentes em testes e aplicações reais. E quem está puxando essa transformação é a China.
De acordo com o relatório Leaderobot, a expectativa é que o país seja responsável por 50% da produção mundial de robôs humanoides ainda em 2025. O estudo projeta a fabricação de mais de 10 mil unidades e uma receita de vendas que pode ultrapassar 8,24 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,14 bilhão). Não à toa, gigantes da tecnologia estão apostando alto nesse mercado.
Um exemplo recente veio das chinesas DroidUP e Noetix Robotics, que colocaram nas ruas de Pequim robôs humanoides com alturas entre 1,2 e 1,8 metros para disputar uma maratona ao lado de humanos. No total, 21 robôs participaram da corrida — alguns até usavam tênis esportivos. Apesar do avanço, nem todos cruzaram a linha de chegada com sucesso. De acordo com a Reuters, um dos robôs caiu logo na largada e ficou deitado por alguns minutos; outro bateu em um corrimão, fazendo com que seu operador humano caísse. Os incidentes mostram o quanto já evoluímos, mas também que ainda há um bom caminho a ser percorrido, principalmente no que diz respeito à autonomia e estabilidade dessas máquinas.
A corrida por robôs humanoides também marca uma nova disputa entre China e Estados Unidos. Segundo uma análise da Goldman Sachs Research, o mercado global desses robôs pode chegar a US$ 38 bilhões até 2035, um salto significativo em comparação aos US$ 6 bilhões estimados para 2023. A expectativa é que os envios globais de robôs quadrupliquem, alcançando 1,4 milhão de unidades no mesmo período. Além disso, a redução de 40% no custo dos materiais deve acelerar ainda mais a chegada à lucratividade.
Entre as protagonistas dessa revolução está a Unitree, considerada a segunda maior empresa chinesa do setor. Ela ganhou visibilidade ao divulgar os robôs com movimentos suaves e gestos cada vez mais parecidos com os humanos. Um dos momentos mais emblemáticos foi a apresentação de 16 robôs Unitree G1 durante o Festival da Primavera, transmitido ao vivo pela TV chinesa para milhões de pessoas. Além da performance folclórica, chamou atenção o fato de que esses avatares humanoides estão sendo comercializados por cerca de US$ 16 mil, um valor relativamente acessível, considerando o nível de sofisticação.
Mas a aplicação de robôs inteligentes não se limita aos humanoides. Em Nova York, um robô manicure criado pela startup Clockwork ganhou os holofotes ao ser capaz de pintar unhas em menos de 10 minutos. A máquina usa visão computacional, câmeras 3D e IA para mapear o formato das unhas e aplicar o esmalte com precisão. O banco de dados da empresa já reúne milhares de imagens, o que permite ao sistema aprender e se aperfeiçoar continuamente.
Sediada em São Francisco, a Clockwork desenvolve soluções robóticas para o setor de beleza, que movimenta US$ 625 bilhões por ano. O robô já pintou mais de 500 mil unhas em locais icônicos dos EUA, como o Rockefeller Center e grandes redes varejistas, conquistando reconhecimento no setor — incluindo uma vaga na prestigiada lista A da Allure.
Em 2025, a empresa foi adquirida pela 10Beauty, startup especializada em Beleza Inteligente. A aquisição marca um novo capítulo na automação dos serviços de beleza. A nova máquina da 10Beauty, chamada The 10, vai além da esmaltação: ela aplica amaciante de cutículas, escova, lixa e molda as unhas em qualquer formato, sem uso de lâminas, oferecendo um acabamento limpo e confortável.
“O histórico da Clockwork em IA e visão computacional é fundamental para acelerar nossos próximos lançamentos”, destacou Alex Shashou, CEO da 10Beauty. “Com milhões de escaneamentos realizados e meio milhão de unhas pintadas, temos um volume de dados que poucos players no mundo conseguem alcançar.”
Um comentário
Eu quero compra um Robô pra minha casa acho muito legal e lucrativo ter um desses