Quem viveu o período da hiperinflação sabe o quanto os brasileiros ficam apavorados com a relação entre as palavras “inflação” e “alta”. Não por acaso, os portais de notícias deixaram muitas pessoas positivamente espantadas quando divulgaram que a inflação havia fechado o ano de 2017 em 2,95%. O número representa a menor taxa desde 1998, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e pegou muitas pessoas de surpresa – afinal, os cidadãos do país se acostumaram com notícias ruins nos últimos anos.
Mas, afinal, o que o consumidor realmente precisa saber a respeito do resultado da inflação de 2017? Como isso realmente pode impactar o cotidiano daqueles que consomem produtos e serviços por aqui?
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Primeiramente, é fundamental saber que o principal ponto que impactou esse resultado foi a redução dos preços dos alimentos, tendo em vista a boa safra de 2017, como explica o Superintendente Geral e Professor do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Francisco Olivieri. “Podemos atribuir a esse fator a grande ‘responsabilidade’ pela desaceleração, já que os produtos industriais registraram alta de 1,2%, os preços ao consumidor subiram 3,2% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 4,3%”, afirma.
Contudo, ele aponta que o consumidor não será impactado por esse resultado imediatamente. “Grande parte dos indicadores são calculados com peso maior nos preços no atacado, que vai se transformar em preços no varejo em instantes seguintes”, aponta. Ou seja, apenas nesse momento o resultado chegará ao bolso dos cidadãos.
Impacto no crédito
Para alguns especialistas, a inflação de 2017 pode influenciar uma redução da taxa Selic já no início de 2018. Contudo, como aponta Olivieri, por mais que haja a diminuição dos níveis de preço, as reduções na taxa básica de juros não podem ser equivalentes, devido ao aspecto de descontrole fiscal.
Porém, é fato que o crédito ficaria mais barato diante de uma redução – mesmo que tímida – da taxa Selic. “Isso impacta nas decisões de consumo que envolvem financiamento e impacta, inclusive, os preços ‘à vista’ de bens e serviços”, conclui o especialista.