Endividados de todo país tiveram a chance de obter desconto de até 83% em suas dívidas após o lançamento da segunda fase do programa Desenrola Brasil – proposta de facilitação do pagamento de dívidas para a recuperação de crédito, apresentado pelo Governo Federal, e que conta com a adesão de bancos, administradoras e instituições financeiras.
Realizado na última semana em todo país, o leilão das dívidas da população que somavam R$ 151 bilhões foram reduzidas a R$ 25 bilhões. O leilão foi voltado para a população de baixa renda que ganha até dois salários mínimos ou que está inscrita em programas sociais do governo, e contou com 654 credores dando lances para a renegociação de dívidas bancárias e não bancárias.
Esses leilões de descontos forneceram R$ 8 bilhões em ajuda do Fundo Garantidor de Operações (FGO), mantido pelo Tesouro Nacional, para as empresas que ofereceram os maiores abatimentos para a quitação das dívidas de seus consumidores.
O programa pretende beneficiar 32 milhões de devedores, que poderão se cadastrar no site do governo para renegociar as dívidas. Essa é a quantidade de CPFs que foi contemplada com a ajuda do Desenrola Brasil. Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, comentou o resultado da iniciativa: “não esperávamos esse resultado”.
Destinada à Faixa 1 do programa, esta segunda etapa do Desenrola contempla brasileiros com o nome negativado que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.640). Podem ser renegociadas dívidas que somam até R$ 5 mil, elas 98% dos contratos na plataforma e somam R$ 78,9 bilhões, segundo a EBC.
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Endividados precisam conferir dados
Após o leilão começa a corrida contra o tempo: quem se cadastrou no programa e foi contemplado com o desconto, precisa entrar na plataforma do Desenrola Brasil e garantir que seus dados estejam atualizados e corretos. O acesso às propostas estará liberado a partir do dia 9 de outubro, mas restrito aos usuários nível prata e ouro da conta gov.br.
“Essa informação é muito importante, porque a consulta e a renegociação das dívidas só vão ser possíveis com o cadastro no portal gov.br, com contas prata ou ouro. As pessoas têm uma semana antes do lançamento da plataforma do Desenrola para corrigir os dados e conquistar a conta nesses níveis”, complementou Haddad.
Segundo o ministro, o desconto para cada CPF é diferente. “Os credores inseriram no sistema um desconto específico para cada um dos CPFs com pagamento pendente, é um processo bem individualizado”, detalha.
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Maior causa do endividamento no Brasil
De acordo com uma pesquisa realizada por Opinion Box e Serasa, o PIX não é a forma de pagamento mais popular no país. Ele perde para o cartão de crédito, que é o meio responsável pela maioria das dívidas dos brasileiros. Segundo o estudo, 7 em cada 10 pessoas preferem pagar parcelado – ainda mais se for no cartão de terceiros (38%). A prática é mais comum em Alagoas (50%), Pernambuco (47%) e Rio de Janeiro (47%). Já o boleto (27%) e o crediário (24%) ficaram em segundo e terceiro lugar. Parcelar é mais prático para quem não tem o valor total para efetuar uma compra (27%), para quem quer comprar mais coisas (24%), ou para aqueles que preferem pagar pequenos valores ao longo de mais tempo (23%).
Na hora de contratar crédito, o cartão é a opção que mais tem adesão (53%), seguida pelo empréstimo pessoal (48%) e crédito consignado (21%). O maior motivo para a contratação desse crédito, claro, é o pagamento de dívidas (35%), limpar o nome (21%) e lidar com uma despesa inesperada (19%).
Desenrola Brasil já renegociou mais de R$ 13 bi na primeira fase
A primeira fase do programa, lançada em julho, promoveu a renegociação de R$ 13,2 bilhões em dívidas de 1,9 milhão de contratos para quem tem renda de R$ 20 mil, sem limite de valor das dívidas. Neste momento, os consumidores inadimplentes puderam entrar em contato diretamente com bancos e instituições financeiras para promover a negociação das dívidas, que podem ser inclusive de financiamento de imóveis e veículos.
Segundo a Febraban, mais de 1,5 milhão de clientes de bancos associados à federação foram beneficiados com a renegociação de dívidas via Desenrola Brasil. O programa ainda prevê a desnegativação de quem possui dívidas de até R$ 100, o que contemplou cerca de seis milhões de clientes de bancos, indicou a Febraban.
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