Não importa a sua idade, de alguma forma ela fez parte de algum momento da sua vida. A “dentuça” Mônica é parte do imaginário de muita gente. Mas mesmo ela não escapou das mudanças do mundo. Ela e sua turma estão passando por fortes transformações, principalmente por conta do mundo digital. Para conferir toda a inovação por trás dessas mudanças, os participantes do Whow! Festival de Inovação, evento que acontece nesta semana, em São Paulo, conheceram um dos lugares mais inspiradores da cidade, o QG da Mônica.
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Criada há 57 anos por Mauricio de Sousa, a Turma da Mônica cresceu. No início, era apenas o Cebolinha, mas logo veio ela, a dona da rua. O mundo digital forçou os negócios da economia criativa mudarem e a Turma precisou se reinventar. Mas isso não foi um grande dilema e não gerou grandes rupturas na empresa. “Faz 57 anos que tem dado certo. Claro que erramos, mas acertamos mais do que erramos. E quando erramos, a gente esconde direitinho”, brinco o próprio Mauricio de Sousa, que recebeu os participantes do festival na empresa.
E como promover essa reinvenção sem grandes rupturas? “O ideal é ter gente jovem, principalmente nos cargos de gestão”, disse Mauricio. A nova geração tem sido responsável por grandes mudanças na empresa. Como negócio, a Mauricio de Sousa Produções tem várias vertentes. Investe em licenciamento, em apresentações teatrais, em games, mas a essência nunca se perdeu. “Gosto de lançar personagens que têm algo positivo para mostrar, para passar mensagens positivas”, disse Mauricio.
Para esboçar todo o lado criativo, a empresa é uma boa ouvinte. Qualquer funcionário pode dar ideias, e embora a hierarquia seja convencional, ela está bem longe de ser uma limitadora. Ainda assim, Mauricio, incansável, está lá praticamente todos os dias e é quem aprova os roteiros. Algumas coisas não mudam.
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O que mudou?
Por muitos anos, a turma ficou fortemente ligada ao mundo infantil. Mas isso já mudou, afirmou durante a visita Marcos Saraiva, diretor de Desenvolvimento Comercial e líder do núcleo digital da Maurício de Sousa. “Nosso posicionamento é ser uma marca familiar, que conversa com diversos públicos e transcende o mercado infantil”, disse.
Nesse sentido, a empresa tem várias estratégias. A Turma da Mônica Jovem é uma delas. Há projetos de colocar a Turma em idade adulta também. Iniciativas como a Donas da Rua, realizada em conjunto com a ONU Mulheres, e que incentiva o empoderamento feminino, é outra ação que coloca a Turma conversando com outros públicos.
Os produtos licenciados deixaram de ser apenas para crianças. Agora, com parcerias como a Tok&Stok, é possível ter itens de decoração da Turma. As recentes participações da companhia na CCXP, tradicional evento geek, também coloca a empresa em outro patamar. Já foram três anos e uma ótimo receptividade. “É um mercado diferente, que é um mercado geek, que cresce cada vez mais”, disse Saraiva.
O sucesso mais recente da empresa, contudo, é o Mônica Toy. A Turma aparece diferente nesta série online, que é disponibilizada no Youtube e já conta com mais de 400 milhões de views. Aqui, as histórias estão bem longe de ser para criança. “Aqui, a essência é ser um pouco mais ácido mesmo”, conta. O traço dos desenhos é outro, lembrando os primeiros traços da Mônica e do Cebolinha. Não há diálogos, apenas sons, o que permitiu internacionalizar a marca. Exceto o Brasil, os mercados onde a websérie mais ganhou espaço foram Estados Unidos, México e Rússia. Detalhe, a empresa não trabalha com licenciamento nos Estados Unidos e Rússia, ou seja, o Mônica Toy pode abrir mercados para a Turma.
O sucesso tem sido tão grande que a série virou case do Youtube. São 26 episódios por ano, de curtíssimas histórias e há uma forte conexão com o calendário nerd. “Aproveitamos algum grande lançamento de filmes e conseguimos ter uma repercussão maior”, disse Saraiva. Veja uma dessas histórias abaixo, uma homenagem ao Dia do Rock.
Novidades
A Turma está bem longe de parar. E o digital é a grande aposta. A empresa hoje tem dez aplicativos e tem planos para criar uma espécie de Netflix da turma. Com assinatura mensal, a plataforma deve disponibilizar HQs digitais, desde novas, até clássicos que hoje são difíceis de encontrar. “Estamos pensando na diversificação. Isso é importante para continuar tendo a relevância que a gente tem”, disse. Os fãs agradecem.
A primeira edição do Whow! Festival de Inovação, organizado pelo Grupo Padrão, que publica Consumidor Moderno, acontece em mais de 70 lugares de São Paulo. Acompanhe a cobertura aqui e nas redes sociais com a #WhowFestival!