A Natura encerrou o primeiro trimestre de 2014 com receita líquida consolidada, no Brasil e Operações Internacionais, de R$ 1.556,2 bilhão. O valor é 15,2% maior que o obtido no mesmo período do ano anterior.
Mesmo com este crescimento, o lucro da empresa sofreu queda de 6% neste período, comparado ao ano passado. Mas dados concedidos a Consumidor Moderno explicam que este “enfraquecimento” no lucro visa um resultado, a médio prazo, positivo.
A queda no lucro, em comparação ao primeiro trimestre de 2013, ocorreu pela intensificação dos investimentos em marketing, da margem bruta ainda impactada pela desvalorização do real e pelos investimentos relevantes, como a inauguração do complexo industrial sustentável na Amazônia, o Ecoparque.
O complexo foi construído com objetivo de ser um empreendimento ecologicamente correto. O projeto é inspirado no conceito de simbiose industrial que conectará empresas de diferentes segmentos de mercado, desde que tenham interesses comuns e necessidades complementares.
Além disso, o Ecoparque vai concentrar a produção de sabonetes e de óleos fixos da Natura, além de gerar cerca de 250 empregos diretos e indiretos até dezembro de 2014. A expectativa é de que, até o fim de 2015, cerca de 80% de todos os sabonetes da marca sejam produzidos na nova fábrica.
Investimentos no Brasil
Para o vice-presidente de Finanças e Relações Institucionais da Natura, Roberto Pedote, “no Brasil, nosso crescimento de receita está apoiado no crescimento da produtividade de nossas consultoras, resultado de maiores investimentos em marketing, lançamentos de produtos e mais opções de meios de pagamentos”.
Seguindo a tendência observada no segundo semestre de 2013, continuam em 2014 os investimentos em marketing, os lançamentos de produtos e a ampliação das opções de meios de pagamentos. Tais iniciativas contribuíram para o aumento de 8,2% da produtividade das consultoras, frente ao ano anterior, e para o crescimento de 9,1% da receita líquida.
Outro destaque foi o anúncio da nova visão de sustentabilidade da companhia, conectada à estratégia de negócios, e que pretende posicionar a Natura como uma empresa geradora de impacto positivo (social, ambiental e econômico) em toda a sociedade, para ir além de apenas reduzir e compensar os impactos ambientais de suas atividades.
Mercado internacional
Já na América Latina, sem incluir o Brasil, as operações cresceram 37,4% em moeda local. O destaque está no México, onde desde o 2º trimestre de 2013, o modelo multínivel de venda direta, chamado de Rede de Relações Sustentáveis, mostra vigor e consistência de resultados.
A totalidade das operações internacionais (incluindo a Aesop, empresa australiana de cosméticos adquirida pela Natura) representou 18,4% da receita consolidada e cresceu 53% frente ao 1º trimestre de 2013. A Aesop conta hoje com 82 lojas conceito em 10 países. No primeiro trimestre de 2013, existiam 58 unidades.
Nos três primeiros meses de 2014, a Natura registrou EBITDA (sigla em Inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 283,6 milhões e lucro líquido de R$ 117,2 milhões. A leve retração de EBITDA no Brasil foi resultado da intensificação dos investimentos em marketing, da margem bruta ainda impactada pela desvalorização do real e pelos investimentos relevantes para o médio prazo.
Nas Operações Internacionais, a empresa evoluiu de um EBITDA deficitário de R$ 7,5 milhões (margem -4%) para resultado positivo de R$ 17,3 milhões (margem de 6%), reflexo do crescimento acelerado de receita naqueles países e consequentemente da maior diluição dos custos fixos dessas operações.
Para 2014, a empresa mantém o objetivo de investir R$ 500 milhões em Capex (sigla em Inglês para referir-se a despesas de capital ou investimento em bens de capital). Cerca de R$ 135 milhões já foram investidos no primeiro trimestre deste ano, destinados à ampliação da capacidade produtiva e investimentos em tecnologia da informação.