A maior varejista de produtos farmacêuticos do País, a Raia Drogasil, anunciou a compra da rede de drogarias Onofre, que havia sido comprada em 2013 pelo grupo americano CVS, um dos maiores do mundo no segmento. O valor do negócio não foi divulgado.
A motivação para a venda, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, teria sido a dificuldade de ganhar escala em pontos de venda atritos com os antigos controladores da Onofre, a família Arede. O processo corre na Câmara Arbitral Brasil-Canadá e é um dos fatores que fez a rede americana tirar o pé na aceleração dos negócios da Onofre. A CVS teria pago R$ 700 milhões pela rede, mas encontrou passivos trabalhistas que teriam sido maquiados durante a negociação.
A rede Onofre aposta em um público com maior renda e concentra lojas em regiões nobres, destaque para a avenida Paulista, onde abriu duas lojas que foram referência na implementação de novas tecnologias. Das 50 unidades da Onofre, 47 estão em São Paulo. A rede faturou R$ 479 milhões em 2018, mas vinha acumulando resultados negativos no balanço. Segundo O Estado de S.Paulo, as conversas entre Raia Drogasil e CVS começaram no Natal do ano passado.
Duas potências
Enquanto a CVS é uma das dez maiores varejistas do mundo com sua megaoperação nos Estados Unidos, com faturamento anual de US$ 200 bilhões, a Raia Drogasil é o grande player brasileiro depois da fusão das antigas e tradicionais Droga Raia e Drogasil em 2011.
A brasileira tem uma rede de 1.849 unidades espalhadas pelo País, por 22 estados e registrou receita líquida de R$ 14,8 bilhões em 2018, 12% maior que em 2007 . Com a compra, a brasileira espera melhorar seu desempenho no e-commerce, onde a Onofre tem know-how. Não foi informado como a marca Onofre passará a ser posicionada no mercado, se será mantida ou incorporada à marca Droga Raia. A operação ainda precisa ser aprovada pelo CADE.