A produtividade no trabalho foi um grande desafio durante a pandemia de Covid-19. O cenário pandêmico impôs mudanças, como a digitalização, diante das medidas do distanciamento social que aconteceram durante a crise de saúde. As empresas se adaptaram ao movimento e passaram a implantar mudanças na dinâmica com seus colaboradores. Agora, após decretado o fim da emergência sanitária, as tendências têm mostrado números positivos.
De acordo com o Observatório da Produtividade Regis Bonelli do FGV IBRE, a taxa de produtividade do trabalho se mantém acima da tendência de queda que havia antes da pandemia. Essa taxa é divulgada desde 2019, e leva em consideração as pessoas em postos de trabalho, as horas efetivas e as habituais trabalhadas.
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Produtividade no trabalho e os impactos da pandemia de Covid-19
Em 2020, as horas efetivas trabalhadas tiveram uma queda de -14,1% quando comparadas à população ocupada, que somava -7,7%. Já o percentual das horas habituais desceu para -7,5%. A queda nas horas efetivas trabalhadas superou o número de pessoas ocupadas e as horas habituais.
Aos poucos, o mercado de trabalho passou a se recuperar em 2021. Nesse cenário, as horas efetivamente trabalhadas passaram a apresentar um aumento e chegaram a 13,8%. Elas estavam à frente do percentual de pessoas ocupadas e das horas habituais, com respectivamente 5,0% e 5,1%.
O crescimento seguiu em passos lentos em 2022, quando os percentuais apontavam 7,4% no número de pessoas ocupadas, 7,7% no total de horas habitualmente trabalhadas e 7,9% no total de horas efetivamente trabalhadas.
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Taxas de crescimento diminuem quando comparadas ao mesmo período no ano anterior
O ano de 2020 mostrou que a média das horas efetivamente trabalhadas teve um avanço de 12,7%, enquanto as habituais cresceram 4,7% e as pessoas ocupadas aumentaram 4,9%. O indicador de produtividade passou a mostrar comportamentos opostos aos vistos durante a pandemia quando os números são comparados com os de pessoas ocupadas e com a produtividade por hora habitualmente trabalhada.
Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento da produtividade em 2021 foi lento no primeiro trimestre. O mesmo aconteceu no segundo trimestre. Enquanto as horas efetivamente trabalhadas recuou 7,9%, as habituais diminuíram 0,3%. Já a taxa de pessoas ocupadas desceu para 0,2%.
O mesmo ritmo desacelerado foi notado em 2022. Foi notado um declínio de 4,5% no tempo efetivamente trabalhado, enquanto o habitual recuou 4,3%. A métrica mostrou ainda que a taxa de pessoas ocupadas diminuiu 4,1%.
2023 e a evolução no cenário da produtividade no trabalho
Uma mudança no cenário e elevações nas taxas de produtividade passou a ser vista desde o primeiro trimestre de 2023 e seguiu para os demais. No segundo trimestre, por exemplo, a produtividade por hora efetivamente trabalhada, por hora habitualmente trabalhada e por pessoal ocupado apresentaram um avanço de 0,6%, 0,4% e 0,2%, respectivamente.
Quando levados em consideração a produtividade por hora efetivamente trabalhada, por hora habitualmente trabalhada e por pessoal ocupado, houve avanços de 2,3%, 2,2% e 2,4%, respectivamente, quando comparados os dois primeiros trimestres de 2023 com o mesmo período em 2019.
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O desempenho da produtividade nos setores
A agropecuária tem apresentado boas taxas desde 2022. Porém, em 2023 ela conseguiu maior destaque. No primeiro trimestre de 2023, o setor passou por um crescimento expressivo, que seguiu para os demais períodos. O aumento interanual de pessoas ocupadas foi de 23,1%, enquanto as variações das métricas que consideram o total de horas habitualmente trabalhadas e o total de horas efetivamente trabalhadas foram de 22,4% e 21,8%, respectivamente.
Já na indústria, foi notada uma queda interanual de produtividade nos três primeiros trimestres de 2022 e uma variação positiva no último. As taxas positivas seguiram para 2023. Os números apontaram para uma elevação de 3,0% na produtividade por horas efetivamente trabalhadas, de 3,9% na produtividade por horas habitualmente trabalhadas e de 3,1% na produtividade por pessoal ocupado.
O setor de serviços passou por vários trimestres de quedas interanuais na produtividade. Mas, a partir do segundo trimestre de 2023, aconteceu um crescimento de 0,7% na produtividade de horas trabalhadas. O aumento aconteceu também nas horas efetivamente trabalhadas e nas taxas de pessoas ocupadas, com 0,3%.
O estudo do Observatório da Produtividade Regis Bonelli do FGV IBRE considera os números da agropecuária fundamentais para o crescimento da produtividade agregada nos dois primeiros trimestres de 2023. Os indicadores da indústria do setor de serviços também tiveram participação no aumento das taxas.