O cenário da produção de conteúdo está em um momento decisivo, impulsionado pelo avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA). À luz dos eventos recentes, como a greve dos atores em Hollywood e insights compartilhados por especialistas como Matthew Blakemore, Chief AI Strategist da AI Caramba!, e a renomada artista portuguesa Joana Vasconcelos emergiram em uma narrativa intrigante sobre o papel transformador da IA nesse ecossistema criativo durante o Web Summit.
Impacto na indústria do entretenimento: Hollywood e além
A greve dos atores em Hollywood, encerrada após 118 dias de negociações, revela as complexidades enfrentadas pela indústria do entretenimento no que diz respeito à remuneração por reprises e à propriedade intelectual quando a Inteligência Artificial entra em cena. As ponderações de Matthew Blakemore, um especialista no uso de IA na indústria de cinema, destacam o papel crítico dos dados na tomada de decisões pré-produção, otimização de orçamentos e distribuição. Sua perspectiva sobre o vídeo gerado por IA levanta debates sobre a fronteira entre criatividade humana e automação.
Segundo Matthew, os dados móveis, com seus quase 7 bilhões de usuários no mundo, emergem como uma força propulsora nas decisões do setor de mídia e entretenimento, onde 98% das empresas dependem fortemente de insights baseados em dados. O mercado global de IA nesse setor atingiu a marca de 8 bilhões de euros este ano o que endossa não apenas o potencial lucrativo, mas também a consolidação da IA como uma força transformadora.
Desafios éticos e criativos na produção gerada por IA
Joana Vasconcelos, uma artista plástica e tecnologista (que combina arte com tecnologia pra criar experiências e comentários mais sintonizados com esse momento de adoção de vida digital), oferece uma perspectiva única sobre o processo criativo. Sua experiência na Turquia ressalta a importância de considerar as diferentes percepções culturais em relação à arte. A discussão sobre a resistência histórica da indústria à adoção de novas tecnologias, como a incorporação de sons a filmes no passado, fornece um contexto relevante para a atual era da IA.
A preocupação ética é central em ambos os relatos. Matthew Blakemore destaca a necessidade de uma abordagem responsável no uso de modelos generativos, garantindo que sejam percebidos como ferramentas de aprimoramento, não substituição. A questão do viés na IA, mencionada brevemente, destaca um desafio crítico que a indústria precisa abordar para garantir equidade e representação adequada.
Criatividade, tecnologia e desafios emergentes
Joana mergulha na integração de tecnologia, como luzes de LED, em suas esculturas monumentais. Seu relato sobre a criação de peças únicas, desde o desenvolvimento do desenho inicial até a exposição em museus, revela a complexidade e a necessidade de crença e financiamento por parte dos colecionadores.
O Web Summit 2023 serviu como palco para essas discussões mais maduras sobre o futuro da produção de conteúdo na era da Inteligência Artificial, em contraponto à maioria de discussões rasas e do cansaço de ideias pré-concebidas, mesmice retórica e mergulhos superficiais que caracterizaram essa edição do evento. À medida que Hollywood se recupera da greve e a indústria global de mídia e entretenimento abraça a revolução da IA, o equilíbrio entre inovação e ética torna-se crucial. Os relatos de Matthew Blakemore e Joana Vasconcelos fornecem insights profundos, desafiando-nos a pensar não apenas nas capacidades tecnológicas, mas nas implicações sociais, éticas e criativas dessa jornada evolutiva.