A liderança é um exercício contextual – esperamos muitas características e competências distintas no papel de líderes diferentes: “professores versus pais”, “políticos versus CEOs”. Isso, apenas para dar alguns exemplos. Mas a pergunta que fica é: trata-se de uma questão de entender esse papel ou de se adaptar a ele? Seria se não fosse o fato de que somos todos indivíduos com os nossos próprios valores e crenças que regem nossa autenticidade pessoal.
Líderes efetivamente autênticos são especialistas em dar um passo atrás e avaliar onde eles devem ficar em uma escala móvel entre a sua autenticidade e a adaptabilidade a indivíduos e contextos. Se nós, continuamente, temos de nos adaptar a um contexto que esteja longe da nossa própria autenticidade, nos sentimos estressados e desconfortáveis. Às vezes, nos negócios, todos os líderes são obrigados, devido ao seu papel, a tomar decisões difíceis, mas que irão afetar a organização ou o seu bem maior. E isso inclui demitir pessoas. Poucos diriam que gostam desse processo, mas como pode a consciência efetiva de um líder ser reconciliada, tornando-o menos estressante?
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Uma pesquisa com pessoas “recentemente demitidas” mostrou que dois fatores preponderantes estão em jogo na perspectiva de um líder: (a) seguir o procedimento “correto”; e (b) comportar-se com um senso de justiça. Curiosamente, os aspectos processuais suportam a necessidade de se adaptar efetivamente a um contexto ou a uma função no trabalho, enquanto o senso de justiça é um valor ou uma crença que os líderes mais autênticos aspirariam.
Aqui, temos quatro aspectos que podem ser considerados:
1. O último recurso – Perder um emprego não deve vir como uma surpresa;
2. Facilidade de transição – O processo de demissão deve ser o mais empático possível;
3. Recebendo feedback – Demissões são oportunidades de aprendizado para as pessoas e as empresas;
4. Lembre-se daqueles deixados para trás – Seja aberto e transparente.
Sempre vale lembrar: trate as pessoas do mesmo jeito que gostaria de ser tratado se estivesse nessa situação. Elas ainda são boas pessoas; apenas não se adequam mais.
Como costuma dizer Tom Peters: “O dia em que a demissão se tornar fácil, é o dia de você mesmo se demitir”.
Stuart Hardy é Chefe de faculdade de Educação Executiva da escola de negócios Berlin School of Creative Leadership