Por muito tempo o símbolo de status da tecnologia mobile foi um aparelhinho preto com teclado alfanumérico. O Blackberry era o “acessório” preferidos para as mãos de executivos bem-sucedidos, aparecia em filmes e séries, tinha propagandas super cool. Até que apareceram os iPhones. E tudo mudou.
Mas um novo acordo de licenciamento promete trazer a marca de volta com tudo em 2021, sem esquecer seu teclado característico, é claro. O aparelho terá suporte para tecnologia 5G e sistema operacional Android. O projeto é uma parceria entre duas empresas de nome pouco conhecido do público consumidor: a Onward Mobility, startup americana que ficará responsável por produzir os aparelhos, e a FIH Mobile, uma subsidiária da Foxconn (empresa com sede em Taiwan e que é a maior fabricante de componentes eletrônicos e de computadores no mundo). Ou seja, a Blackberry mesmo irá apenas licenciar seu nome para os novos smartphones saírem da fábrica.
Sucesso e derrocada
Essa não é a primeira vez que a marca tem seu nome licenciado para reviver o icônico aparelho telefônico móvel. Em 2020 se encerra um contrato entre a Blackberry e a chinesa TCL Communication, uma gigante do setor que, desde 2016, tinha direito de explorar o produto.
A Blackberry surgiu em 1984, no Canadá, como ideia dos estudantes de Engenharia Mike Lazaridis e Douglas Fregin, e se chamou, por bastante tempo, Research in Motion (ou RIM). Até que, em 2013, finalmente ganhou o nome de Blackberry por causa do famoso produto. Mas o negócio inicial da empresa nem eram os dispositivos mobile e, sim, terminais e serviços de conexão, principalmente de conectividade wireless. A estreia com aparelhos de comunicação móveis foi só em 1996 com o RIM-900 Inter@ctive Pager, o primeiro pager a suportar e-mail em seu software.
Foi apenas na terceira geração desse aparelho, lançado em 1999, que o nome Blackberry surgiu para substituir o pouco atraente RIM-850. A equipe de marketing responsável por criar a campanha de venda do produto achou que seu formato (por causa das teclas) lembrava o de uma amora e daí surgiu o imediatamente aderente título de Blackberry. O começo dos anos 2000 marcam o auge do produto, principalmente, no mercado corporativo. A cada geração que passava, o smartphone ganhava melhorias (que hoje nem se imagina viver sem). Tela colorida, alto-falantes (sim, antes você precisava de fones de ouvido para falar e ouvir), opções de cores além dos básicos preto e cinza, internet 2G, foram destaque.
Em 2007, porém, o jogo virou. O ano marca a data em que a Apple lançou o iPhone no mercado de smartphones. O resto, a gente já sabe: em 2020, com pandemia e tudo, a empresa é simplesmente a mais valiosa do mundo, em grande parte pelo maciço sucesso de seus celulares.
Como será o retorno?
Segundo dados, atualmente a Blackberry tem 0,01% do mercado de smartphones e muitos especialistas em tecnologia duvidam que ela consiga recuperar a relevância que já teve no passado. Para a startup OnwardMobility, responsável por essa missão de retomada, o grande diferencial do “novo” Blackberry será a segurança. E, de novo, o foco será no usuários do mundo corporativo. Segundo a imprensa especializada em tecnologia, o teclado será mantido justamente por facilitar respostas a e-mails e mensagens, em geral, além de câmera de “primeira linha”, segundo seus criadores, bem como rapidez de processamento graças ao 5G.
“Os smartphones da BlackBerry são conhecidos por protegerem a comunicação, a privacidade e os dados de seus usuários”, disse Peter Franklin, CEO da OnwardMobility para a Bloomberg, em agosto passado. “Acreditamos que essa será uma oportunidade incrível para trazer a próxima geração de aparelhos 5G ao mercado”, completou. Franklin quer aproveitar a restrição de tecnologia 5G vinda da China nos Estados Unidos para conquistar espaço o mais rápido possível.
Os primeiros aparelhos devem chegar ao mercado da América do Norte e da Europa no primeiro semestre de 2021.
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