O mercado brasileiro está recheado de empresas familiares. Em todos os setores, grandes conglomerados são liderados há décadas por membros da mesma família. Recente levantamento feito pela consultoria KPMG analisou as principais características desses empresários e empresas tendo como base 181 companhias.
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O relatório demonstra que, nos últimos dois anos, a principal preocupação deste grupo de empresários é a incerteza política e econômica do País. O item lidera como principal desafio dos empresários hoje, com 66%, assim como liderou no ano passado, com 58%.
Lucros
A redução na lucratividade ocupa a segunda posição das maiores preocupações do empresário de companhias familiares para este ano, com 53% ante os 46% levantados em 2016. O receio de redução no volume de vendas caiu em relação ao ano passado. Em 2016 esse índice foi marcado por 45% das famílias e caiu para 43% este ano.
A restrição de crédito no mercado fez crescer o temor do acesso limitado a financiamento. Em 2016, apenas 20% das famílias donas de empresas se preocupavam com isso, atualmente o número subiu para 32%.
Tributos
Os custos trabalhistas também têm tirado o sono dos donos de empresas familiares. Para 27% das companhias desse tipo o tema é considerado preocupante frente aos 23% do ano passado. Já o receio de aumento na tributação, de modo geral, caiu. Em 2016, o tema era preocupante para 31% dos entrevistados, mas após a sinalização do governo com as propostas de reforma o número caiu para 25%.
Com o País cada vez menos interessante para profissionais de alto valor, a preocupação com a disputa, retenção e desenvolvimento de talentos subiu de 12% para 20% nos últimos 12 meses. O mesmo aconteceu com a dúvida sobre mudanças no ambiente regulatório que cresceu de 14% para 20% este ano.
Já a preocupação com aumentos nos custos dos insumos básicos, como energia e água, diminuiu de 34% para 9%. O movimento neste item, segundo a KPMG, aconteceu por conta do agravamento da crise hídrica na região sudeste e ao período de grandes incertezas sobre questões tributárias durante a elaboração da pesquisa em 2016.
Comparação com outros países
Levantamento com as mesmas perguntas também foi aplicado à empresas familiares na Europa. A incerteza política também liderou as preocupações, apesar de registrar menor intensidade (37%), seguido do receio na disputa por talentos/retenção e desenvolvimento de talentos.
O aumento da concorrência (36%) e a queda da lucratividade (33%) completaram os principais temores dos europeus.
Próximos anos
A pesquisa também avaliou as principais preocupações das empresas familiares para os próximos cinco anos que devem afetar a continuidade dos negócios. Os resultados, no entanto, são semelhantes aos atuais.
A incerteza política e econômica e a redução da lucratividade foram os itens mais mencionados, por 63% e 45% respectivamente. Apesar disso, a maioria dos participantes (70%) mostrou-se confiante em relação ao futuro, em 2016 o clima de incertezas e de falta de perspectiva para o restabelecimento da economia, o índice era de apenas 42%.