Em uma grande cidade, existem muitas questões ambientais que precisam de cuidados. Pessoas com doenças respiratórias, por exemplo, sabem como os sintomas se agravam em períodos mais secos devido a poluição do ar. Uma plataforma global do Greenpeace começa a operar no Brasil para chamar a atenção dos brasileiros para questões ambientais do cotidiano metropolitano, impulsionando a mobilização regional. Trata-se do Bugio.
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A ferramenta é inspirada no rugido do bugio, usado para convocar ou alertar seu grupo, considerado o som mais alto emitido por um animal da América Latina. “Queremos amplificar as vozes das pessoas que se importam, que querem transformar o mundo para melhor a partir do local em que vivem”, explica Rafael Fernandes, da equipe de Mobilização do Greenpeace.
O foco urbano se deve à importância crescente das cidades como parte dos problemas e das soluções. Cerca de 86% dos brasileiros vivem na zona urbana, onde 80% do PIB é produzido e 70% das emissões de gases de efeito estufa são geradas. É onde também as questões ambientais são percebidas com mais proximidade pelas pessoas – nos desafios da mobilidade, na poluição, na restrição às áreas verdes, na pouca infraestrutura de saneamento, nos direitos dos animais.
Aberto e gratuito, o Bugio permite que qualquer indivíduo ou organização comece uma campanha sobre um problema que quer ver resolvido ou pela defesa de uma causa em que acredita. A ferramenta já está em uso em outros países, como Argentina, Chile, Índia, Nova Zelândia e Japão, e acumula diversas mobilizações. O estudante Ivo Decarlis, de apenas 14 anos, juntou mais de 12 mil assinaturas e conseguiu que a Prefeitura de Rosário, na Argentina, desse início à despoluição do lago Independence Park, na sua vizinhança. Já em Buenos Aires, foi criado um abrigo para animais de rua com deficiência após a campanha ter obtido mais de 56 mil assinaturas.
No Brasil, as primeiras campanhas já tratam de temas diversos como o pedido de ciclovias em Belo Horizonte (MG); contra a instalação de um aterro em área repleta de nascentes em Presidente Prudente (SP); ou contra a poluição de uma fábrica de papel e celulose na cidade de Guaíba (RS), entre outras.