Las Vegas (EUA) – Molly Wood, correspondente sênior de tecnologia da Marketplace, entrevista Tim Kendall, CEO do Pinterest. Um dos pontos altos do Shoptalk até o momento. Isso porque o Pinterest é um negócio de rara simplicidade, onde os usuários, ainda majoritariamente do sexo feminino – mais de 60% – buscam referências de design, impressões sensoriais, inspirações. É um grande mosaico que conecta afinidades estéticas e um refúgio da polarizarão observada em redes sociais como o Facebook, por exemplo.
Kendall disse que a empresa sempre teve o hábito de comemorar uma grande conquista tecnologia, ou seja quando uma nova funcionalidade era incorporada ao site, uma celebração era necessária. E nos últimos tempos, eles tiveram muitos motivos para celebrar. O motivo? Bom, são 50 milhões deles…
Tim disse que desde o início, recebia solicitações dos consumidores sobre a possibilidade de comprar produtos exibidos no mural. Mais do que simplesmente criar um link para as lojas ou pessoas que eventualmente exibissem produtos ali, o ideal era permitir uma transação totalmente “no friction”, que também mantivesse o fã no ambiente do Pinterest. Pois o site perderia sua função se se tornasse simplesmente uma vitrine.
Mas o Pinterest conseguiu. Tim fez uma demonstração do mecanismo de pin-commerce. Você está navegando, gosta de um produto, clica nele e vê duas opções: comprar diretamente ou então ver um similar (muitas vezes, o objeto que está exigido é só protótipo). Feita a escolha, com mais um clique é feita a compra e imediatamente o usuário retorna ao mural para continuar sua experiência no site.
Simples e notável, de um modo fluido, com apenas um clique ou dois, é possível ter acesso ao objeto inspirador.
E qual o poder de fogo do Pinterest? Qual tal mais de 20 mil varejistas vendendo no Site, ou então, mais de 50 milhões itens à venda. Tudo isso com grande User Experience. Var marcas como Macy’s, Bloomingdale’s, Neiman Marcus aderiram de imediato à inovação, mas não apenas pelas possibilidades comerciais. A tecnologia e os dados também são fatores importantes. Isso porque o Pinterest compartilha dados com os varejistas. Assim, as empresas usam informação para orientar a exposição de produtos na loja, para vender mais, para conhecer melhor os clientes. Claro que a logística de entrega pertence ao varejista. O Pinterest virou um canal de compra, mas não é o responsável pela transação.
Logo, de um catálogo de ideias, o Pinterest passa a ser um catálogo de aspirações. A maior parte do conteúdo já vem naturalmente das empresas. E, segundo o CEO, o Pinterest não faz negociação entre a experiência do usuário e o conteúdo dos varejistas: “acredito que a solução de venda do Pinterest é a grande inovação da tecnologia digital desde a criação do Ad Words.”
Molly Wood diz que há necessidade de educar consumidores a usar melhor a plataforma. Os riscos de compras inadequadas ou de contestação são grandes.
Tim concorda, até porque, as pessoas que compram uma vez, tornam-se recorrentes. Mas há um grande número de novos consumidores a cada dia. E cuidar da experiência sempre foi mandamento na empresa.
De maneira geral, o “pin-commerce” obedece tanto às características de homens quanto de mulheres. Elas são mais interessadas em simplesmente usufruir e navegar pelas ideias. Homens são mais assertivos.
Molly ainda pergunta ao CEO se o Pinterest irá colocar anúncios nos murais: Segundo Tim Kendall, ainda não está nos planos.
Tim encerra a entrevista com uma provocação: “90% dos varejistas ainda investem a maior parte dos seus recursos em mídias off line. É muito estranho, na medida em que isso significa abrir mão de 90% do tempo empregado pelo cliente do varejo, no que hoje prioritariamente encontra-se on-line.”
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão
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