Foram 17 anos até que Vanoil Pereira, de 61 anos, pudesse colocar um sapato nos pés tamanho 43 pela primeira vez. Até aquele momento, ele trabalhava na roça no interior do Paraná, com os pés fincados na terra e um forte desejo de sair dali. Com o tempo, ficava cada dia mais difícil afundar os pés no chão. A terra foi ficando batida de tão seca. Dela, nada saia a não ser pó. E o pai de Pereira sentiu-se obrigado a vender o sítio para pagar o empréstimo bancário que fez para cultivar. Naquele momento, com 18 anos, ele decidiu que era o momento de ir embora. Escolheu Itatiba, interior de São Paulo, para começar sua trajetória.
Os anos da década de 70 foram prósperos para a indústria. O interior de São Paulo era um verdadeiro celeiro para quem saia do campo. Itatiba concentrava a produção de móveis, e foi ali que Pereira começou, como lustrador das peças. Em pouco tempo, passou a líder da seção. “Mas não tomei gosto. Sabia que ali não conquistaria muita coisa e que se nada fizesse passaria o resto da minha vida ali”, conta Pereira. Colocou na cabeça, então, que seria dono do próprio negócio.
A escolha pelo comércio começou a ganhar contornos mais claros nos objetivos do jovem pouco tempo depois e em Jundiaí, cidade onde ele costumava passear aos finais de semana. No centro da cidade, ele olhava as vitrines das lojas e as de calçados lhe chamavam mais atenção. De tanto frequentar uma delas, a Barbi Calçados, o dono o convidou a trabalhar com ele. Aos finais de semana, então, Pereira ajudava João Barbi na loja. Em pouco tempo e depois da insistência de Barbi, Pereira deixou Itatiba e passou a viver em Jundiaí, cidade onde ele começaria a construir sua trajetória como empreendedor.
Trabalhava de dia, estudava à noite e dormia na loja. Foram quase dois anos dormindo na mesma loja onde trabalhava. Começou como estoquista, passou a vendedor e chegou a gerente. As vendas cresceram e Barbi decidiu abrir mais uma filial da marca, também em Jundiaí. Ao mesmo tempo, Pereira deixava claro que queria mais. Queria crescer. A terceira loja foi aberta em sociedade, em que Pereira só entrou com o trabalho. E assim aconteceu até a quinta loja da marca. “Ele disse, então, que não queria mais aquela loucura do comércio. E vendeu para mim as lojas. Graças ao Plano Cruzado, consegui pagar ele em dois anos”, conta Pereira.
Assim que ele decidiu comprar a pequena rede de lojas, Pereira sabia que queria outro nome para o negócio. “Passarela” surgiu a partir de uma conversa com um concorrente. “Não tem nome melhor para um negócio ligado a moda”, conta. E assim nasceu a Passarela Moda, em 1981, já com cinco lojas em Jundiaí.
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Como a Passarela Moda tem conquistado o mercado brasileiro
A Passarela Moda cresceu com o mercado de consumo, mas Vanoil Pereira, fundador da marca, entendeu que o importante agora é rentabilidade
- Camila Mendonça
- 3 min leitura
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