Já é sabido que o varejo brasileiro é a favor de uma reforma trabalhista. É para que boa parte dos empresários do setor, a reforma trará mais flexibilidade de negociação para o setor que precisa dessa flexibilidade. Estudo realizado pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil mostra que 54,5% deles acreditam que a reforma vai criar mais empregos.
Segundo a pesquisa, apenas 10% dos empresários acreditam que haverá redução na quantidade de postos de trabalho com a nova medida e 25,4% imaginam que a mudança não provocará alterações nesse sentido.
“Num momento em que a volta do crescimento ocupa o centro da preocupação nacional, é oportuno o debate sobre alguns dos pleitos que poderão dar mais dinamismo à economia brasileira, como a modernização do mercado de trabalho”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Para ele, a legislação tal como está é mais uma barreira para quem empreende no País. “Assim como o peso da carga tributária torna o País menos competitivo e a insegurança jurídica restringe o crédito e o investimento, a rigidez de uma legislação trabalhista como a brasileira limita a oferta de trabalho. Precisamos superar esse entrave se quisermos enfrentar os problemas de produtividade no Brasil”, explica Pinheiro.
Não à toa, 54% dos empresários dos ramos do comércio e de serviços apoiam a medida que tramita no Congresso Nacional e que flexibiliza as contratações: 62,5% dos empresários acreditam que a modalidade do chamado “trabalho intermitente” poderá impulsionar a economia brasileira diante do atual quadro de dificuldades e aumento no corte de vagas.
O “trabalho intermitente” é uma nova modalidade de contrato de trabalho que adota o regime de hora móvel em lugar do regime de hora fixa, mas preserva os direitos trabalhistas proporcionais aos ganhos. Nesse modelo, a empresa tem a possibilidade de contratar funcionários para trabalhar em dias ou horas alternadas, pagando pela efetiva prestação de serviços.
De acordo com o levantamento, 32,5% dos empresários acreditam que a informalidade poderá ser reduzida, caso a medida seja regulamentada no Brasil.
“Alguns tipos de trabalho se enquadram melhor na lógica da jornada flexível, como prestadores de serviços e algumas áreas do comércio. É o caso, por exemplo, de serviços de bares e restaurantes, cujo pico de movimentação se dá em horários específicos”, explica Pinheiro.
Segundo os empresários ouvidos para a pesquisa, as áreas que mais devem se beneficiar da atualização da legislação trabalhista são as atividades ligadas a serviços gerais (39,2%), bares e restaurantes (28,2%), comércio (28,2%), shopping center (27,3%), hotelaria (24,9%), supermercados (24,7%) e empresas que trabalham com montagem, instalação de equipamentos em eventos (24,2%).