Como ser competitivo, gerar resultados e equilibrar interesses de clientes, acionistas e funcionários? Para superar estes desafios, o estudo “Novo Mundo, Novo RH”, elaborado pela consultoria DOM Strategy Partners, em parceria com a revista Consumidor Moderno, propõe que as empresas devem ser um meio eficaz de alinhamento de expectativas e prioridades. “Este é o papel socioeconômico de uma empresa hoje: gerar, arbitrar e distribuir riqueza a todos os atores envolvidos. E, claro, devem ganhar para isso”, diz Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners.
No entanto, escolher maximizar a riqueza da empresa como fim prejudica os clientes e destrói a riqueza dos acionistas no longo prazo. “Isso prejudica a própria empresa e seus colaboradores”, completa Domeneghetti.
Segundo o especialista, é importante os líderes reconhecerem isso, pois permite justificar o investimento em ativos intangíveis, como pessoas, educação, cultura, relacionamento, marca, conhecimento, inovação, governança e sustentabilidade. Enfim, em tudo aquilo que é difícil mensurar, mas que vale a pena investir. “Isso é produzir riqueza sustentável aos stakeholders de primeira instância, ou seja, clientes, acionistas e colaboradores”, ressalta Domeneghetti.
O papel do CEO e o equilíbrio de valores
O estudo também aponta que o CEO e sua equipe devem atuar como “árbitros de valor” entre clientes e mercado, consumidor e acionista neste novo RH. “Uma consciência necessária nas lideranças atuais”, diz Domeneghetti.
Para ele, esse time tem a obrigação de “equilibrar valor”. Neste caso, o CEO permitirá a empresa ganhar como intermediária. “É um ganho que só se justifica se houver geração de riqueza para as duas pontas do negócio”, afirma.
Ele explica que essa intermediação, entendida na sua máxima competitividade, deverá focar na ótima equação de “riqueza sustentável” entre cliente, empresa, funcionários e acionistas.
O desejado feedback positivo
A opinião de consumidores há muito tempo deixou de ser uma vaga curiosidade durante reuniões de alta gestão. Segundo o estudo, hoje, ao comprar produtos e serviços, recomprarem e indicarem, os clientes acabam financiando os acionistas, que financiam de volta a empresa para que gere maior valor e maior satisfação aos clientes. “Isso cria o tão desejado feedback positivo”, diz Domeneghetti.
No entanto, o especialista chama a atenção para um detalhe importante: “O cliente não é mais o mesmo”. Com o empoderamento do novo consumidor e com a democratização do mercado de capitais, Domeneghetti afirma que clientes, acionistas e funcionários “podem ser o mesmo ator”, mas com expectativas conflitantes. “Em resumo, sua empresa deve ser feita para vencer e durar nesse ambiente mutante, onde o cliente não é seu único valor”, esclarece.
No novo RH, o conhecimento, o maior ativo das empresas, passa a ser customizado e organizado para a aplicação focada em resultados.
O novo RH e novo colaborador
O papel do novo RH requer preparo para novas realidades e novas pressões corporativas. De acordo com o estudo, redes colaborativas, novas tecnologias, mobilidade, redes sociais, blogs, comunidades estão alterando a dinâmica de trabalho e interação entre líderes e colaboradores.
“Não há como fugir disso. O conhecimento, o maior ativo das empresas, passa a ser customizado e organizado para a aplicação focada em resultados”, afirma Domeneghetti. “E devemos deixar claro que a autonomia e o empoderamento concedidos ao colaborador exigem novos deveres e responsabilidades individuais”, complementa.
O estudo comprova que o consumidor 2.0 também é o colaborador 2.0. A interação e o engajamento digital por meio de blogs e comunidades, por exemplo, acabam desenvolvendo um senso participativo nos negócios de marcas e empresas.
Quem é o Novo Colaborador?
– Tem múltiplas características: consumidor, cidadão, ‘acionista’, colaborador;
– Aberto à experimentação e potencialmente infiel;
– Engajado em comunidades para trocar informações sobre empresas e empregos;
– Simpático ao conceito de usufruto mútuo;
– Gerador de mídia e conteúdo, ampliando seu poder de atuação e influência;
– Não se importa com propaganda ou autopromoção corporativa;
– Compara elementos racionais de escolha a partir de especialistas e insatisfeitos;
O Consumidor 2.0 também é o Colaborador 2.0
– Utiliza profissionalmente as diversas ferramentas digitais e tecnológicas;
– Realiza projetos e troca informações em blogs, fóruns e comunidades digitais;
– Interage de forma móvel;
– Divulga informações sobre a empresa em diversos canais digitais;
– Participa de comunidades temáticas e profissionais na Internet.