O futuro dos meios de pagamentos é objeto de um ruidoso debate. Ainda assim, uma certeza prevalece: se quisermos saber mais sobre o futuro, precisamos de uma perspectiva global. A Europa em particular tem sido uma pioneira na evolução dos meios de pagamento, desde os cartões sem contato até as carteiras digitais. Taavet Hinrikus foi protagonista em duas das mais bem-sucedidas empresas disruptivas da Europa, Skype e TransferWise, um serviço global de transferência de dinheiro já avaliada em US$ 1,6 bilhão. Como um empreendedor, investidor-anjo em mais de 40 startups europeias e membro do Conselho do Alto Comitê do Grupo de Inovadores, este empreendedor está voltado para acelerar a próxima onda de inovação em pagamentos e fazer da Europa a líder dessa iniciativa, Hinrikus compartilhou sua visão com a audiência do Money 20/20, comentando de que forma o setor bancário dos Estados Unidos pode obter aprendizados com o boom atual do mercado europeu, bem como o clima geopolítico afeta hoje os negócios no país, no Reino Unido e outros mercados. Taavet conversou com Anna Irrera, da Reuters no painel “O que há de novo em pagamentos? Um olhar mais amplo”.
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Fintechs na Europa já capturam 40% do montante depositado nos bancos do mercado comum. Para Hinrikus, esse número não é surpresa. Ele credita esse sucesso ao fato de que na Europa as fintechs são mais avançadas do que nos EUA. Isso porque a regulação no país da América do Norte é mais complexa, pois há 50 legislações diferentes, uma por estado, mais o FED (Federal Reserve), enquanto na Europa há apenas uma respondendo ao mercado comum, o que torna o ambiente mais promissor à inovação e mais confiável para a população.
Taavet tem certeza de que os EUA são um grande mercado, mas as fintechs do país precisam de uma regulação estável, que ajude os consumidores a ter mais acesso a inovações e a produtos financeiros mais amigáveis. No mundo de hoje, obrigar as pessoas a irem a um espaço físico para fornecer documento é um contrassenso e isso ainda está presente em muitos estados americanos. O empreendedor diz que até o Brasil é ambiente mais propício para desenvolvimento de fintechs do que os EUA, em certos aspectos.
Um dos ingredientes mais relevantes para desenvolver negócios disruptivos é o talento. Este é um dos gargalos no Reino Unido, na Inglaterra, por exemplo. Por conta o do Brexit, muitos talentos não querem mais morar na ilha, pois não veem ali um ambiente amigável para empreender. “Há muitas cidades legais para fintechs na Europa, Berlim, Madri, cidades receptivas à inovação e que atraem pessoas com disposição para inovar”, diz o executivo. Taavet também destaca os ambientes da Índia, Japão, Austrália, Singapura e Brasil, onde há consumidores ansiosos por melhores serviços financeiros, o que motiva a criação de fintechs.
E quais as grandes conquistas das fintechs depois da evolução dos últimos anos? O empreendedor da TransferWise afirma que as fintechs são uma realidade a serviço dos consumidores, une ecossistema que trabalha como um organismo que oferece novas escolhas para os cidadãos e um novo olhar sobre produtos financeiros.