Já falamos aqui que, em abril de 2016, o Brasil sofreu 141.008 tentativas de fraudes de identidade. São cerca de 4,7 mil tentativas por dia, segundo levantamento da Serasa Experian. E fica pior: os estudos da entidade também apontam uma forte relação entre grandes eventos internacionais e o aumento das tentativas de fraude.
Os motivos para isso, segundo os especialistas da Searasa, são simples: é comum aumentar o volume de compras de passagens aéreas, ingressos, produtos relacionados ao tema e reservas em hotéis pela internet. Esse cenário multiplica as chances para os criminosos lesarem empresas e consumidores. Uma prática comum – que exige cuidado – é o phishing. O termo é utilizado para denominar a fraude eletrônica onde é possível adquirir informações pessoais importantes, como senhas e dados financeiros. Para serem bem sucedidos, os fraudadores usam temas de interesse público para realizar ações e campanhas por e-mail, mensagens instantâneas e SMS, como sorteios e premiações falsas.
O acompanhamento dos eventos – pela mídia ou pessoalmente – também toma a atenção das pessoas, tonando-as mais suscetíveis ao roubo de identidade. Para se ter uma ideia, uma companhia aérea da África do Sul viu as tentativas de fraude saltarem de 15% para 50% durante a Copa do Mundo no país, em 2010. Outros indicativos comprovam que as fraudes com cartão de crédito, por ocasião do evento, aumentaram 53%, sendo que as transações com cartões não presentes (compras por telefone ou internet) contribuíram com 35,4% dos casos. Além disso, os prejuízos por fraude com cartões emitidos em outros países e utilizados no interior da África do Sul cresceram 72% na época do mundial, segundo levantamento da Serasa Experian.
“Precisamos pensar na fraude como uma indústria”, diz a vice-presidente da Unidade de Negócios Decision Analytics da Serasa Experian, Mariana Pinheiro. “As organizações que agem nessa área são estruturadas e se valem de tecnologia e logística para obterem sucesso.” Para ela, a arma mais eficaz, tanto para quem compra como para quem vende, é a prevenção. “As empresas que atuam com operações não presenciais têm o desafio de se protegerem sem comprometer a relação com os clientes. Já os consumidores precisam se manter atentos, desconfiando de ofertas muito vantajosas e buscando e-commerces idôneos.”
Para orientar os consumidores a evitar fraudes e conhecer melhor seus direitos e deveres durante a realização dos jogos olímpicos Rio 2016, a ABRADECONT – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador – e o SerasaConsumidor se uniram para elaborar o Guia das Olimpíadas. A publicação também traz informações constantes no Código de Defesa do Consumidor, no Estatuto do Torcedor, na Lei Olímpica e no Estatuto do Idoso, neste último caso valendo, por exemplo, para as reservas de assentos em todas as modalidades e lugares dos estádios.
Cuidados simples e alta tecnologia a favor do consumidor
Além dos cuidados preventivos, existem ferramentas tecnológicas desenvolvidas para minimizar os riscos de sofrer com a fraude. O cuidado com a manipulação de documentos pessoais, cartões de crédito e senhas, a utilização de sites de compras com certificado de segurança (endereço acompanhado de um “s” no final: https) e boa reputação no mercado e a não utilização de internet ou computadores públicos para transações financeiras são algumas dicas simples que devem ser adotadas por todos a qualquer tempo.
A Serasa Experian tem um serviço que vale atenção: o MeProteja acompanha as movimentações do CPF 24 horas por dia. Toda vez que o número do documento é consultado, na hora de uma compra no comércio ou empréstimos em bancos, o serviço avisa o cidadão por e-mail e mensagem no celular (SMS). É um alerta no caso de tentativa de abertura de empresa com o número do documento, se o titular estiver prestes a ser negativado ou ainda quando o consumidor sair do cadastro de inadimplência. O serviço também envia, a cada 15 dias, dicas antifraude.
Outro serviço que a empresa oferece é o cadastro no Serviço de Documentos e Cheques Roubados da Serasa Experian. Documentos perdidos ou roubados (como RG; carteira de trabalho; CPF; carteira de habilitação e título de eleitor), depois de feito um Boletim de Ocorrência (B.O.), podem ser cadastrados. Este registro ajuda a reduzir o risco de ter dados pessoais utilizados por fraudadores.
Empresas
Já as empresas podem contar com soluções para identificar tentativas de fraude ao reconhecer inconsistências antes de a transação financeira ser efetivada, no ato da abertura do cadastro feito por um novo cliente ou até mesmo analisando a reputação do dispositivo de onde parte a tentativa de compra – desktops, tablets, smartphones e laptops. Isso porque, muitas vezes, o perfil de utilização daquele device leva a um diagnóstico que indica se a compra é fraudulenta ou não. “Empresas de vários segmentos já se valem da tecnologia para que fraudes não impactem nem os negócios e muito menos a relação com os clientes”, afirma Mariana.