A Black Friday é uma data tradicional do varejo norte-americano, a clássica sexta-feira negra após o feriado de Ação de Graças. No Brasil, ela chegou oficialmente ao setor em 2010 e, ano a ano, a adesão das empresas cresce. No e-commerce, por exemplo, um levantamento da Zoom identificou 207 mil produtos com desconto neste ano, contra 105 mil encontrados em 2015. Nas lojas físicas, apesar de carecer de valores concretos, é nítido que o tempo também fez com que os pontos de venda entrassem na “onda Black”. Os consumidores adoram e, inclusive, estão confiando mais nas promoções das marcas. Para o varejo em si, contudo, é interessante analisar alguns pontos.
A começar pela participação da data em relação ao faturamento. Antes não era uma prática do varejo oferecer tantos descontos em um período tão próximo ao Natal, considerada a data mais importante do calendário do setor. E o questionamento que fica é se a Black Friday não está transformando a principal data do setor em um Black Natal. Segundo os especialistas, a adoção a Black Friday pode ser uma boa estratégia –com tanto que seja bem planejada.
No e-commerce, canal que alavancou a vinda da data para o País, a diferença já é sentida. “Se você considerar que, antes da Black Friday, acontecia um pico de vendas 10 dias antes do Natal, agora ele ocorre em um dia concentrado”, analisa Pedro Guasti, CEO da Ebit. Em dezembro, as vendas continuam melhores do que normalmente são, mas a grande alta fica para novembro. “A nossa pesquisa aponta que 42% dos consumidores compraram na Black Friday este ano pensando nas compras de Natal. Não tem dinheiro novo na economia. Claro que ainda temos a compra por impulso, mas em um ano de crise as pessoas ficam mais planejadas”, lembra.
A Black Friday faturou quase R$ 2 bilhões neste ano. A pergunta que fica é se, com isso, o Natal tende a deixar de ser a principal data do varejo. Para entender essa lógica, NOVAREJO ouviu especialistas e varejistas. Confira a reportagem na edição de dezembro/janeiro da revista NOVAREJO.