Muita gente tem mencionado inúmeros aplicações e exemplos da chamada internet das coisas (ou IoT). Há desde relógios inteligentes, passando por carros e até aviões, entre outros itens. Mas você sabe como surgiu o tal IoT?
Esse foi um dos assuntos abordados por Alessandro Cunha, engenheiro eletricista e coordenador de inovação e tecnologia do Liceutech e um dos convidados da Campus Party deste ano. Ele falou, entre outras coisas, sobre o passado, presente e o futuro do IoT no mundo.
A história do IoT, segundo Cunha, começa no longínquo ano de 1992 com publicação de um artigo intitulado The Computer for the 21th Century (algo como a computação do século 21) e assinado pelo engenheiro, Mark Weiser. O texto, publicado na renomada American Scientific, descrevia um teste de uma maluquice chamada computação ubíqua ou pervasiva.
Na prática, o teste funcionou da seguinte maneira: Weiser chamou uns amigos, distribuiu computadores com uma até então desconhecida tela touchscreen e leu informações sobre a casa a partir de sensores espalhados por todos os cômodos. Pode-se ver, por exemplo, dados como o movimento de abrir e fechar uma janela e até a captura de os movimentos de pessoas dentro do imóvel. Ou seja, em outras palavras, ele estava realizando o primeiro experimento da Internet das Coisas.
“Naquele momento, Weiser chamou a ideia de computação pervasiva ou ubíqua. Tudo mudou quando um cara de marketing se meteu no assunto. Em 1999, Kevin Ashton fez uma palestra para a Procter Gamble e mencionou o termo ‘coisas conectadas’. Surgiu aí”, explica Cunha.
A partir do termo, muita coisa aconteceu. Surgiram as pulseiras que medem os batimentos cardíacos, entre outros dados. Depois foi a vez da casa conectada e também dos carros. O passo seguinte será a cidade inteira (a smart city ou cidade inteligente). Para Cunha, isso não vai demorar para acontecer. Em breve, teremos um poste capaz de captar movimento, medir o nível de CO2 daquela região e até dizer se uma determinada avenida ou rua está congestionada. Loucura?
“O poste já existe e foi criado pela Intel. Hoje, ele tem a seguinte função: ele controla a intensidade de luz a partir da presença, ou não, de uma pessoa ou animal. Se não tiver naquele lugar, a luz diminui. Por outro lado, a luz fica mais intensa com a chegada de uma pessoa. Já imaginou a economia de energia com uma tecnologia dessas? E isso é apenas o começo”.