Há 30 anos no Brasil, a P&G inaugurou, na quarta-feira (7), em Louveira, no interior de São Paulo, seu primeiro Centro de Inovação para América Latina. Para montar o espaço, a empresa investiu mais de R$ 200 milhões. “Ouvimos muitas vezes nos últimos dois anos que esse talvez não fosse uma decisão correta; afinal o País estava em crise. Mas acreditamos justamente no contrário, pois é no momento de crise que mais é necessário inovar. Precisamos dar para o nosso consumidor soluções ainda de maior valor agregado”, disse Juliana Azevedo, presidente da P&G no Brasil. Hoje, o Brasil é o terceiro maior mercado da P&G no mundo.
Durante a cerimônia de inauguração, a executiva reforçou que o comportamento comum de algumas marcas em tempos de crise é reduzir o preço por meio da queda de qualidade. “A P&G pensa diferente. Queremos oferecer os produtos mais inovadores, com a melhor performance”, disse Juliana. Isso porque, segundo ela, com a retomada da economia, a tendência é que a empresa avance mais fortemente. “Na crise, as marcas que reduzem investimento em inovação ganham rentabilidade em um curto prazo, mas depois pagam um preço alto por isso”, destacou.
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O novo espaço
Com oito laboratórios de alta tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos e ingredientes, três estações de design e uma casa para levar consumidores a testarem produtos e, claro, observar como se comportam, o novo centro reúne 150 cientistas de 20 especialidades e dez diferentes nacionalidades. Entre eles estão venezuelanos que foram transferidos com suas famílias para o Brasil após o fechamento do centro de inovação da empresa em Caracas.
Em fraca expansão industrial, a região foi escolhida por diversos motivos, entre eles pela localização geográfica privilegiada. O acesso a importantes malhas rodoviárias e a proximidade às maiores universidades da América Latina também contaram. Esse é o único centro multicategoria do mundo a reunir, em um só lugar, toda a cadeia de desenvolvimento de produto (da fábrica ao centro de inovação e distribuição). “Para a tomada de decisão fizemos o que sempre fazemos: fomos ouvir nossos consumidores. E os brasileiros são tão diversos e exigentes que podemos replicar aprendizados daqui para os demais países”, disse Juliana.
Entre as novidades estão equipamentos que simulam condições climáticas, testes com águas de diferentes países e minilinhas de produção. Elas usam internet das coisas e impressoras 3D para prototipar e desenvolver produtos em menor tempo. “Antes a gente levava dois anos para desenvolver um produto. Agora, levamos nove meses. Mas ainda não estamos satisfeitos. Nossos consumidores têm pressa”, afirmou Juliana.