Dados da Global Wireless Solutions (GWS), revelaram que a Netflix perdeu 26% de seu público jovem (entre 18 a 24 anos) em audiência no seu aplicativo móvel. O mais interessante é que em sua maioria desse público é formado por garotas da Geração Z.
A queda foi constatada entre 2019 e 2022 e, segundo a GWS, foi a maior em comparação com outros grupos e faixas etárias. O estudo também aponta que não se trata de cancelamento de contas, mas sim do uso do streaming via smartphones. Esse recorte foi levantado com 200 mil usuários do aplicativo da Netflix nos Estados Unidos.
De acordo com a GWS, o menor tempo de uso da plataforma via aplicativo móvel vem expandindo a faixa etária e caindo desde 2019 – queda de 39% com mulheres entre 18 e 34 anos e 33% no de homens de 25 a 34 anos.
Uma mudança que não afeta apenas a Netflix
Segundo o levantamento da GWS, essa queda em streaming via smartphones também está afetando outros players como Discovery+. O canal registrou 3,2 bilhões de minutos no terceiro trimestre de 2022, frente aos 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021, ano de seu lançamento.
Por outro lado, o YouTube é disparado a plataforma de audiovisual mais acessada pelo público de 18 a 34 anos. Esse contingente, segundo o estudo, passa diariamente 80% mais tempo no YouTube do que em outras plataformas de streaming. Detalhe: 71% acessam o canal de vídeos por dispositivos móveis.
Leia mais: Segmentação de público por geração pode não ser a melhor estratégia
Mas o que justifica a queda da Netflix via app móvel
com a geração Z?
Smartphones são o principal canal digital de relacionamento e entretenimento da maioria das pessoas. E para o consumo de vídeo online é a primeira fonte de acesso para as novas gerações – vide sucesso do TikTok e o Reels no Instagram.
Um dos pontos para análise sobre essa queda da Netflix com a geração Z, assim como da Discovery+, talvez resida no formato menos interativo do que outras plataformas.
Evidente que o impacto de uma série como Stranger Things, por exemplo, dispara a audiência da Netflix. Mas, em comparação com a interação que o YouTube oferece, onde impulsiona volumes altíssimos de acesso via smartphone, o app da Netflix fica muito atrás.
A queda da Netflix com a geração Z dita uma tendência que começa a ser desenhada em outras plataformas móveis: convergência e extensão
Para onde os fãs vão buscar desdobramentos de suas séries preferidas do momento? No Youtube, é claro. São dezenas de entrevistas, curiosidades e conteúdo que gera mais interação e que são acessados, compartilhados e comentados massivamente via smartphones.
Percebe como essas plataformas se convergem quando pensamos em audiência e plataformas móveis? Outro ponto para reflexão nessa questão é que a queda da Netflix com a geração Z dita uma tendência que começa a ser desenhada em outras plataformas móveis: convergência e extensão. Ou seja, a possibilidade de novos serviços em suas plataformas.
Veja o exemplo do Instagram, que agora passa a ser um canal efetivo de vendas (convergência) e com apps de atendimento e rastreamento de compra (extensão). A funcionalidade, por enquanto, só está disponível para contas norte-americanas, mas dispara o alerta para outras plataformas digitais ficarem de olhos nesses desdobramentos em apps móveis para mídias online.
Para o streaming, arrisco afirmar que convergência e extensão serão seus pilares de sobrevivência com as novas gerações. Por essa ótica, abre-se um novo caminho para impulsionar interações, engajamento e ampliar audiências – sobretudo em aplicativos móveis. Mera especulação ou certeza? Aguardemos cenas dos próximos episódios.
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