Os negócios ligados à mobilidade continuam na moda quando o assunto é o interesse dos investidores nos EUA. Segundo um levantamento feito pela plataforma Pitchbook, dos US$ 27 bilhões investidos pelas Venture Capitals no primeiro trimestre deste ano, o setor de mobilidade registrou simplesmente quatro dos cinco maiores investimentos feitos em 2019.
Ao todo, segundo o estudo, foram feitos 1.880 negócios este ano. Os primeiros colocados, e que tinham em comum o tema mobilidade, concentraram quase US$ 8 bilhões. Na lista, há desde empresas que aprimoraram o transporte de pessoas, como a mais nova queridinha dos americanos: a SpaceX, fundada pelo bilionário sul-africano Elon Musk.
Outro detalhe que chama a atenção é a presença de fundos ligados ao banco japonês Soft Bank, que realizou os dois maiores investimentos de 2019 nos EUA. A seguir, veja as principais apostas financeiras em mobilidade:
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1 – Flexport
Conhecida como “o Uber dos mares”, a Flexport é uma empresa de tecnologia com sede na Califórnia, que conecta clientes com as companhias de navegação. Por meio dela, é possível acompanhar a localização da carga, o seu destino, entre outras informações. Além disso, ela desenvolveu um software que se encarrega das burocracias alfandegárias, tais como o pagamento de tarifas e outras questões.
Em fevereiro deste ano, a empresa alcançou o primeiro lugar entre os maiores valores investidos por venture capitals: em uma única rodada, realizada em fevereiro, arrematou nada menos que US$ 1 bilhão da Vision Fund. Por conta disso, o valor de mercado da companhia chegou a US$ 3,2 bilhões, o que a elevou à categoria de unicórnio – empresa com valor superior a US$ 1 bilhão.
Uma curiosidade: um dos acionistas minoritários é o fundo de investimentos do ator americano Ashton Kutcher, conhecido por seu papel em série de TV como That’ 70 Show e Two And The Half Men.
2 – Nuro
A Nuro é uma companhia de robótica praticamente “vizinha” ao Google, em Mountain View, na Califórnia. Um dos seus principais produtos é um carro autônomo que tem a exclusiva função de realizar entregas de mercadorias de supermercados. E isso não é papo de filme de ficção científica. A empresa já realiza as primeiras entregas para uma das mais importantes redes varejistas dos EUA: a Kroger. Assista ao vídeo:
A Vision Fund (de novo) fez um investimento de US$ 940 milhões com o Vision Fund da SoftBank em fevereiro. Um detalhe curioso sobre a Nuro é que ela foi fundada por antigos engenheiros da Waymo, justamente uma das empresas do Grupo Alphabet – ou simplesmente dona do Google.
3 – Aurora
À primeira vista, a Aurora pode parecer mais uma empresa com um carro autônomo. No entanto, um dos fatores que está chamando a atenção de investidores é o que está no coração dessas máquinas: o hardware e o software do veículo.
Há quem afirme que ela tenha um dos mais precisos robôs inteligentes entre os carros autônomos. Não à toa, a empresa garantiu o terceiro maior investimento do primeiro trimestre deste ano de uma rodada que contou com investidores ligados a Amazon, Shell, entre outros.
Outro trunfo da companhia é bem mais humano e atende pelo nome de Chris Urmson, o fundador da empresa. No ano passado, Reid Hoffman, fundador do LinkedIn e investidor de venture capital, chegou a dizer que Urmson seria uma espécie de “Henry Ford dos carros autônomos”. A ver.
4 – SpaceX
Elon Musk pode parecer excêntrico e avesso ao tradicional e engravatado mundo dos negócios. No entanto, ele não carrega o apelido de “Tony Stark da vida real” à toa.
Ele fundou a SpaceX, uma empresa que promete revolucionar as viagens espaciais. Hoje, os foguetes lançados pela Nasa consomem bilhões de dólares em propulsores e estágios que segundos depois são descartados ou se transformam em poeira de metal ao longo da viagem ao espaço sideral. Musk quer inovar justamente neste momento. A empresa criou o Falcon Heavy, o primeiro foguete reutilizável. Veja o vídeo:
O feito de Musk é louvável, principalmente quando o assunto é custo. A ideia dele é que as viagens espaciais tenham valores abaixo do “bilhão de dólares”. É claro que o preço de aquisição e produção do foguete seria bilionário. No entanto, a partir da segunda viagem esse custo seria de algumas dezenas de milhões de dólares – uma pechincha quando o assunto é missão espacial.
Vista como potencial, a empresa ganhou investimentos de US$ 500 milhões. Um dos investidores é Baillie Gifford, também acionista de outra maluquice de Musk: o Tesla.