Um dia depois do grupo de investidores chineses China Huaxin oficializar a compra de 85% das ações da Alcatel-Lucent por 202 milhões de euros, a empresa de soluções em comunicações (uma das maiores no mundo) falou sobre os primeiros passos da empresa ao lado do parceiro asiático e também sobre o futuro a companhia agora já com o novo nome: Alcatel-Lucent Enterprise. De uma maneira geral, a empresa informou que não vão ocorrer mudanças no posicionamento global da empresa até o fim do ano. Sobre o braço brasileiro da centenária empresa de origem francesa, a ideia é apostar no mercado de contact center de médio porte, algo que a empresa já o faz há dois anos. Para tanto, aposta na customização de produtos e serviços para alcançar esse cliente em contact center.
No encontro, o general manager do Brasil, Nuno Ribas, explicou que a abertura da negociação começou em fevereiro deste ano e foi concluído em oito meses. Uma negociação rápida, segundo a empresa, que, segundo ela, estaria relacionado a expertise do grupo China Huaxin em negócios com empresas do setor de tecnologia da informação e comunicação, caso do investimento na Alcatel-Lucent Shangai Bell e a Yangtze Optical Fiber & Cable Company.
?Nesse momento, estamos definindo a estratégia global para os próximos três meses. A ideia é que o negócio se consolide. Mudanças? Quando você é comprado por uma companhia, ela já tem uma cultura, um modelo de negócio e suas diretrizes bem definidas. Quem é comprado, obviamente, deve se adequar. Mas nada muda até o fim do ano e início de 2015?, disse Ribas.
Sobre o mercado brasileiro, Ribas afirmou que a empresa decidiu apostar em dois pilares de negócios. Um deles é a oferta de soluções para o poder público, um velha e conhecida fatia da empresa que representa quase 50% do seu negócio. O outro é uma aposta, iniciada há dois anos e que vem apresentando bons resultados: soluções em TI e comunicação para empresas de médio porte.
Segundo Ribas, a empresa enfrentou nos últimos anos uma barreira: um reconhecimento de somente trabalhar com grandes companhias.
Antes, lembra o general manager, a Alcatel-Lucent procurava a empresa de médio porte e o negócio não saía por um certo ?achismo? da outra parte. Tinha-se a leviana impressão que a oferta do serviço ou produto da Alcatel estaria acima das finanças disponíveis do cliente. Pesou o passado, mas isso mudou. Há dois anos, esse braço da companhia francesa apostou em um contact center ou outra solução de TI ou comunicação adaptada ou customizada para cada cliente. ?É um fenômeno interessante e no Brasil você encontrava muito disso (impressão de preços altos). Agora, é o produto que se adapta ao cliente e temos preços competitivos para essas soluções?, disse.
A empresa virou o jogo e conseguiu o seu destaque em soluções para médias empresas quando o assunto é infraestrutura em contact center ? a empresa é uma das líderes globais nesse segmento. Por outro lado, a retração da economia e as eleições deste ano foram prejudiciais aos seus negócios ? e de toda a economia brasileira. ?Os problemas começaram no ano passado. Das ações planejadas pela empresa para os governos, 60% delas não se concretizaram. Eu acho que o mercado público vai acontecer no próximo, vai girar. Já o privado vai esperar o que vai acontecer no primeiro semestre. Entendo que o primeiro semestre de 2015 será de análise, de sentir a temperatura?, disse.
O negócio em números
Novo ativo: US$ 1 bilhão (Alcatel-Lucent e China Huaxin)
Valores: 202 milhões de euros por 85% das ações
Funcionários no mundo: 2,7 mil
Clientes: 500 mil no mundo
Opera em 80 países