Lewis Pugh é um aventureiro. Um conservacionista. É admirado por gente como Bill Clinton. É advogado. É mais do que tudo, uma pessoa dedicada a atingir o impossível. Destemido, ativista, ele foi o Keynote escolhido para encerrar o World Retail Congress 2017, um dos mais importantes congressos de varejo do mundo, com a palestra “Atingindo o Impossível”.
Uma escolha adequada para inspirar lideranças a enfrentar uma realidade que parece impossível de gerenciar. Desde a infância, Lewis quis explorar o oceano. Aos poucos foi amadurecendo a ideia de ser advogado do oceano.
O ambiente natural influenciou sua jornada. Lewis dedicou-se a navegar nos ecossistemas mais fragilizados, a perceber na pele o efeito do aquecimento global e da agressão aos oceanos. Viu o plástico poluindo as regiões mais remotas do planeta. Por isso, Lewis Pugh resolveu falar sobre nossa insanidade na relação com os mares. Cientistas, ambientalistas, mídia. Todos devem ouvir a sua palavra e sua crença na defesa do planeta, na paz e na justiça.
Lewis nadou nas regiões mais geladas e nas regiões mais quentes do planeta. Para se ter uma ideia, os náufragos do Titanic morreram ao tomar contato com uma água a 5°C abaixo de zero. Lewis nadou em uma região com um temperatura de -1,7°C.
Em dois minutos, ele já não sentia seus dedos e então, com 5 minutos de nado, estava com a pele em carne viva e praticamente inconsciente. Impressionante. Para se descongelar, teve de ficar 15 minutos de banho quente. Ao tentar dormir, seus olhos não fechavam. Ainda assim, ele estava determinado a nadar 1 km no Polo Norte para mostrar a realidade do aquecimento global. Se fosse possível, isso seria uma prova indiscutível do quanto o planeta está derretendo lentamente.
“Por que estamos aqui hoje? Para poder imaginar um mergulho imaginário que possa sensibilizar as lideranças políticas, corporativas, e mudar a trajetória da história”, diz com paixão, o aventureiro.
Logo depois, Lewis foi realmente nadar 1 km no Polo Norte, e sem roupa ou proteção especial, salvo sua equipe no barco acompanhando sua façanha. Sua equipe teve a ideia absurda de colocar bandeiras de 10 nações, representativas dos países de origem de cada pessoa, a cada 100 m. Pois bem: em que ordem o destemido nadador iria colocar essas bandeiras? Um desafio difícil por si só. Lewis morreria de hidroponia ou de estupidez? Lewis não se intimidou e nadou. Exatos 18 minutos e 50 segundos a uma temperatura abaixo de zero, o primeiro nado de longa distância no Polo Norte. Ele atingiu o impossível.
Mas essa conquista não foi suficiente. Lewis queria mais. Queria desafiar as Ilhas Maldivas, que correm o risco de ficarem submersas. Uma parte desse território pode desaparecer pelos efeitos do aquecimento global. Ele queria nadar ao longo de toda a costa do território. E assim fez, por quatro dias. Há 30 anos, Lewis nada pelos mares do planeta e pode afirmar, com dados científicos, que já há mais plásticos nos oceanos do que peixes. E sim, são os varejistas que podem ajudar a reduzir esse descalabro. Varejistas e homens de negócio, os grandes multiplicadores e viabilizadora da inovação em nível global. “São nossos filhos e nossos netos que podem ter um futuro mais sustentável”, concluiu o grande herói Lewis Pugh.