Serviços como Pandora, Spotify e outros streamings de música tentam prever o que o usuário quer ouvir baseados nos seus gostos e no que é popular ao seu redor. Pessoas fazem playlists para determinados tipos de humor e atividades, malhar, hora de dormir, ir ao trabalho. Mas imagine se esses aplicativos fossem capazes de dizer exatamente qual música é melhor para manter o foco ou desacelerar os batimentos cardíacos após uma corrida? E se a tecnologia dissesse como a música afeta o seu corpo e sugerisse músicas para tratar alguns sintomas?
Essa é a ideia básica do The Sync Project, uma nova empresa, baseada em Boston, EUA. Sua missão, segundo o CEO e co-fundador Alexis Kopikis, é ?descobrir se a música pode ser realmente usada como remédio?. Os efeitos da música na mente e no corpo são conhecidos informalmente, quem nunca apelou para um CD ou banda que influenciasse seu humor? No entanto, Kopikis diz que apenas agora a tecnologia nas indústrias de música e da saúde estão suficientemente avançadas para que essa pesquisa seja conduzida.
Atualmente o projeto funciona como uma plataforma online e mobile que associa serviços de streaming de músicas com monitores vestíveis para rastrear como a música interage com o corpo do usuário. Os dados coletados são compartilhados com cientistas que podem usá-los em suas pesquisas.
As informações que chegam por meio dessas plataformas são cruciais para os pesquisadores que querem analisar e entender os efeitos da música em um contexto real, é o que afirma Ketki Karanam, co-fundadora e head de inovação científica do The Sync Project.
?Há algumas pesquisas muito boas que indicam que a música tem potencial para trazer benefícios significativos para muitas condições de saúde, mas nem todos os estudos foram bem desenhados?, diz Ketki. ?As avaliações do que a música faz no nosso corpo são baseadas em respostas subjetivas e adaptadas para serem mensuradas objetivamente e fisiologicamente. Essa foi a maior motivação para lançarmos o projeto e construir uma plataforma que permita todos os pesquisadores e clínicos a realizarem mais estudos, melhores e rastrear objetivamente o que a música faz sob diferentes contextos nos sistemas biológicos e apontar que as propriedades da música foram eficientes para diferentes condições?, completa.
The Sync Project foi lançado oficialmente durante o South by Southwest 2015. A plataforma ainda está sendo testada por um pequeno grupo de cientistas e pesquisadores, com planos de expandir o grupo e eventualmente torná-lo público. A ideia centrar, no entanto, é que um dispositivo biométrico, como o FitBit, rastreie coisas como passos dados, índice cardíaco e padrões de sono, para que o usuário conecte-se com o app do The Sync Project em seu celular, traga com músicas por meio de programas de streaming. Ao longo do dia, o app rastreará as músicas ouvidas e os dados biométricos no momento em que as músicas tocavam.
* Com informações do The Atlantic