A população negra no Brasil corresponde à maioria, mais precisamente 54%, segundo o IBGE. Mesmo assim, representam espaços de minoria nas organizações e nas posições de destaque na sociedade. De acordo com a Associação de Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. Porém, tanto no Brasil quanto fora dele, essa parcela populacional também é a que mais sofre com a pobreza: três em cada quatro são pessoas negras, ainda segundo o IBGE.
A violação dos direitos das mulheres tem sido debatida mundialmente nos últimos anos. Na data em que celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, e no Brasil também o dia de Tereza de Benguela, homenagem a uma das principais mulheres símbolo de resistência e importantíssima liderança na luta contra a escravização, cabe uma reflexão para a violência e as desigualdades raciais à mulher negra.
Um discurso que ressoa muito nesse dia e cabe perfeitamente nesse contexto é o da escritora norte-americana Angela Davis, durante sua passagem pelo Brasil na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Na ocasião, disse: “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se a base do capitalismo”.
A celebração da data iniciou-se em 1992, quando um grupo de mulheres de setenta países começou a discutir o racismo, sexismo e discutiram sobre os diversos problemas e alternativas de como resolvê-los enfrentados pelas mulheres de várias partes do mundo. Assim, foi organizado o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas em Santo Domingo, na República Dominicana. Essa reunião fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecesse essa data.
Mulheres no mercado de trabalho
Se olharmos para a história, tivemos avanços nas agendas e pautas sobre a desigualdade racial, no entanto, ainda existe um caminho longo a percorrer. Muitas mulheres negras ainda encontram muitas dificuldades no mercado de trabalho e as que chegam encontram desafios.
Um estudo feito pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial, evidencia que as desigualdades no mercado de trabalho brasileiro resultaram em uma previsão sobre quando a igualdade racial poderá ser alcançada caso as políticas governamentais e as ações das empresas não sejam aceleradas. A estimativa aponta que o cenário do mercado de trabalho do Brasil só deve se tornar mais igualitário por volta de 2190. Nesse ritmo, levaria 167 anos para que o desemprego entre pessoas negras e brancas se equilibrasse.
Inteligência Artificial antirracista
O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) lançou recentemente a Deb, ferramenta de Inteligência Artificial criada para promover diálogos acessíveis e educativos sobre questões étnico raciais e sociais no país. Com o plug-in, a ferramenta poderá ser disponibilizada em diversos ambientes, como empresas, organizações e escolas, além de ser usada como um recurso inovador e acessível para aprimorar práticas inclusivas.
O plug-in da Deb oferecerá suporte tanto para equipes internas quanto para o público externo, auxiliando no treinamento e na implementação de medidas práticas para a diversidade e inclusão. Adotar a Inteligência Artificial, além de incorporar uma ferramenta tecnológica avançada na empresa, também abraça uma abordagem mais humana e eficaz para promover a inclusão e a diversidade em todos os níveis da organização.
Luana Genot, CEO e fundadora do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), espera que a tecnologia possa impactar todos os ecossistemas. “Estamos muito animados em anunciar esta nova funcionalidade da Deb que permitirá integração com empresas, escolas e organizações. Com isso, esperamos ampliar ainda mais o nosso alcance e tornar mais lugares um espaço seguro para educação e diálogo, promovendo uma cultura mais inclusiva”, afirma.
Em parceria com o AfroCubo, programa do Cubo Itaú que quer, ao lado de líderes negros da comunidade, ampliar o campo de visão do ecossistema, o evento de lançamento da Deb aconteceu ontem, 24/7, e marca uma nova era para a inclusão nas organizações. A integração da Deb com as ferramentas já utilizadas proporcionará um espaço acolhedor, de diálogo contínuo e personalizado.
O ID_BR é uma instituição atuante na educação e implementação de ações inclusivas, atingindo anualmente mais de 700 mil pessoas em empresas, mais de 60 mil educadores e gestores de escolas e governos, além de impactar mais de 80 milhões de pessoas por meio do Prêmio Sim à Igualdade Racial e outras ações de engajamento.
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