A Copa do Mundo da Rússia vai começar em menos de um mês, e o comércio está se preparando para o evento. Mesmo com sede no outro lado do mundo, o mundial deve aquecer o varejo brasileiro entre junho e julho. Segundo uma pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), um terço dos micro e pequenos empresários dos ramos de serviços e comércio espera um aumento nas vendas por causa dos jogos da Copa.
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Os otimistas esperam um crescimento nas vendas de 27% na comparação com maio. Mas nem todos os MPEs estão confiantes. Para 19%, haverá uma queda nas vendas durante a Copa do Mundo. Quase a metade dos entrevistados (47%) acha que o torneio não terá impacto no resultado. Os empresários enxergam um crescimento maior, claro, em itens e serviços relacionados à Copa. Para eles, os campeões de venda serão os souvenirs (80%), comércio informal (72%) e bares e restaurantes (68%).
Preparação dos empresários
A maioria dos empreendedores não pretende fazer investimentos especiais em junho e julho visando a Copa do Mundo. Para 80% dos entrevistados, não é necessário se preparar para a chegada do torneio. “São estabelecimento que não têm relação direta com o consumo da Copa ou, até mesmo, já contam com uma estrutura adequada para suportar a demanda extra”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Apenas 20% dos empresários já estão se preparando com a expectativa de aumento da procura. A maioria destes varejistas (42%) pretende investir em promoções para atrair os consumidores. Já 20% têm a intenção de ampliar seus estoques, outros 10% vão contratar mais funcionários. Além disso, 37% vão decorar os estabelecimentos com bandeiras e cores do Brasil, 25% vão aproveitar para divulgar o negócio e 22% vão ampliar o portfólio.
A maioria dos investimentos será permanente. De acordo com o levantamento, 74% dos empresários pretendem manter as melhorias feitas nos estabelecimentos. Um quarto dos empreendedores (25%) usou a intuição para preparar as mudanças. Outros 25% mencionaram a experiência positiva que tiveram na última Copa como base para o planejamento.
Horário de operação
A maioria das empresas do comércio e prestadoras de serviço não vão liberar os funcionários mais cedo nos jogos do Brasil nem alterar o horário de atendimento ao público. Para 73% das empresas, a rotina permanece a mesma. Já 15% disseram que o horário de atendimento ao público será reduzido. Apenas 7% vão adotar um horário de funcionamento estendido.
Questionadas sobre o esquema durante os jogos do Brasil, 28% disseram que vão dispensar os colaboradores para assistirem às partidas. Os funcionários de 24% das empresas que participaram da pesquisa vão trabalhar normalmente durante os jogos da seleção brasileira. Outros 17% dos empresários vão montar um espaço especial para que os colaboradores assistam aos jogos dentro da organização.
A pesquisa do SPC e da CNDL ouviu 800 empresários do comércio e do setor de serviços. Os entrevistados são de todas as regiões do País. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais.