O início de 2016 vem sendo marcado pela mesma baixa disposição dos micro e pequenos empresários (MPEs) para contratar crédito percebida em 2015. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que 86,7% desses empresários não têm a intenção de procurar crédito pelos próximos três meses.
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O indicador mensal registrou em janeiro apenas 12,15 pontos e, na comparação com o mês anterior, ficou abaixo dos 13,14 pontos do mês anterior. O resultado é considerado baixo, visto que a escala do indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a forte desaceleração da economia e o ciclo recente de alta dos juros são dois fatores que contribuem para o cenário atual. O desinteresse pelo empréstimo de recursos seria reflexo do cenário econômico adverso no Brasil.
?O primeiro fator afeta a confiança dos empresários, ao tornar mais arriscado assumir compromissos de longo prazo, e o segundo eleva o custo do capital, de modo que o tomador de crédito pague um ?preço? maior, na forma de juros?, analisou Pinheiro em nota. O presidente também destaca o fato de os micro e pequenos empresários nem sempre realizarem investimentos de grande valor.
Para 43,1% dos MPEs que não pretendem tomar crédito, é possível manter seu negócio com recursos próprios. Outros 31,4% se justificam dizendo que no momento não pensam em fazer investimentos que exijam a contratação de crédito. Entre os empresários que manifestam a intenção de contratar crédito nos próximos 90 dias, a modalidade mais citada foi o microcrédito, mencionada por 32,8% desses entrevistados. Já o cartão de crédito empresarial é citado por 13,1%. O crédito contratado deverá destinar-se principalmente à compra de maquinário e computadores (41%) e para capital de giro (31,1%).
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