O nível de poluição dos oceanos, nos tempos atuais, pode ser considerado assombroso (e muito preocupante). Para se ter uma ideia, um estudo publicado na Science, em 2008, aponta que não existe nenhuma região oceânica que não tenha sido impactada negativamente pela ação do homem. No mesmo ano, outro levantamento relatou que existem 400 zonas marinhas mortas (com excesso de nutrientes e matéria orgânica e níveis baixíssimos de oxigênio) em todo o globo. Isso em 2008 – é assustador imaginar como a situação deve estar 10 anos depois. Os poluentes são inúmeros, líquidos e sólidos, e um dos grandes atores, nesse sentido, é o plástico, que demora vários séculos para se decompor. Em janeiro de 2017, dois amigos resolveram criar um movimento para confrontar essa realidade, o 4Ocean.
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Os norte-americanos Andrew Cooper e Alex Schulze se conheceram na faculdade e, por amor ao surf, resolveram fazer uma viagem juntos a Bali, na Indonésia. Em meio as belezas locais, eles perceberam, porém, que muitos pescadores da região precisavam passar por quantidades enormes de plástico para entrar no mar e garantir o seu sustento.
O nível de lixo impactou diretamente a vida marinha e o resultado é que a pesca não trazia mais a quantidade de peixe esperada. Inspirados por este quadro, os empreendedores fundaram o 4Ocean, hoje considerado um movimento global que remove o lixo acumulado de cada costa e oceanos pelo globo “uma libra de cada vez”.
Apoio
Como os fundadores explicam no site, qualquer pessoa pode aderir ao time para ajudar a limpar o oceano. As pulseirinhas, feitas de plástico reciclado (retirado dos mares), também são uma forma de apoio rentável para o movimento. O custo de cada uma é US$ 20. A promessa é que a cada bracelete vendido uma libra de lixo seja retirada dos mares (aproximadamente 0,45 kg).
A ideia dos surfistas tem rendido muitos frutos. Em 2017, mais de 250 mil libras de lixo foram retirados dos oceanos – e esse foi o primeiro ano de ação do movimento. Atualmente, a atuação do 4Ocean conta com sete “capitães” full time nos mares durante a semana e chega a 16 diferentes países, como Estados Unidos, Haiti, Bahamas e Filipinas.
A expectativa dos fundadores para 2018 é remover um milhão de libras de lixo dos oceanos ao redor do mundo. E são as pulseirinhas que fazem o movimento acontecer: inclusive com coleções diferentes. Conheça mais sobre o projeto aqui.