A pesquisa Global Consumer Insights Survey 2018, da PwC, aponta que as lojas físicas voltaram a apresentar crescimento nas vendas em 2018. A frequência de compra nesse canal havia caído de 57% para 55% no ano passado, mas chegou a 58% em 2018. O crescimento mais acentuado entre todos os canais, porém, foi do mobile. As compras por smartphones crescerem modestos 1% entre 2016 e 2017 e chegaram a 10% em 2018.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
Hercules Maimone, sócio da PwC, destaca que o mobile tem uma introdução muito mais rápida ao cotidiano de compra do brasileiro do que tiveram os canais de compra mais populares em suas épocas douradas. “O mercado mobile cresce a taxas muito mais agressivas do que cresceram PC e a própria loja física”, destaca o especialista.
Maimone estará no BR Week 2018, que começa no próximo dia 12, para discutir os números apresentados no estudo Global Consumer Insights Survey 2018, que, entre outras indicações, aponta um crescimento acentuado do consumo via aplicativos no Brasil, em especial no consumo via aplicativos. Compras por esse tipo de ferramenta mobile já foram feitas por 31% dos brasileiros, contra 28% da média global.
Efeitos da crise
Para Maimone, a crise impactou, ao longo do ano passado, a integração dos consumidores ao universo on-line, algo que está sendo aplacado neste ano. “A gente, obviamente, sofreu as agruras da crise no ano passado e percebeu que esse crescimento (das compras no on-line) se deu de uma maneira muito pequena quando a gente vê especificamente o número relacionado a smartphones”, aponta.
Vendas mobile dominam varejo eletrônico no mundo
Ele afirma que, a recuperação de bons indicadores neste ano favoreceu também o varejo físico, mas por outros motivos. “É verdade que a loja física também cresceu um pouquinho. Mas a leitura que a gente faz é que cresceu muito mais por causa da recuperação econômica do que essencialmente um crescimento por preferência (do consumidor) pela loja física”, ressalta o especialista.
“Salto de sapo”
Maimone compara a cultura de consumo do brasileiro nos dias atuais com a do chinês. O Brasil, como o gigante asiático, viu boa parte da sua população pular diretamente do consumo na loja física para o consumo via smartphones, sem passar pelas compras por computador de mesa ou tablet. “Os chineses não passaram pela mesma experiência dos americanos, que ao longo dos anos tiveram em suas casas o PC, depois um tablet e depois o smartphone e oferta de consumo por smartphone é mais recente”, esclarece.
Esse salto de sapo é resultado de períodos de aquecimento econômico e aumento do poder de compra da população nos países emergentes ao longo do começo deste século junto à disseminação da tecnologia mobile. Mas, segundo Maimone, existe ainda um outro fator. “O smartphone foi um conceito empoderado pelo conceito de pré-pago, que permitiu que ele entrasse no mercado numa rapidez muito maior”, explica o especialista.
Leia também:
O ‘salto de sapo’ do varejo brasileiro em torno da transformação digital