A Geração Z, nascida entre 1990 e 2010, está chegando nas universidades, enquanto Millennials saem dela. Estas duas gerações, que são movidas por tecnologia e inovações rápidas, estão alterando a antiga compreensão de que o ensino superior é mandatório para uma carreira de sucesso, abrindo, assim, oportunidade para que as instituições de ensino se renovem e reinventem.
Novas perspectivas sobre sucesso e carreira
Um estudo recente da corretora TD Ameritrade, com 3 mil adolescentes e adultos dos Estados Unidos, mostrou que um a cada cinco membros das Gerações Z e Millennials podem optar por nunca ingressar em uma instituição de ensino superior.
89% da Geração Z e 79% dos Millennials disseram que aceitariam levar em consideração caminhos não-convencionais de capacitação para o futuro, como cursos livres, escolas técnicas ou qualquer outro método educacional que não envolva uma rotina de quatro anos de estudo exclusivo.
Além disso, 49% dos Millennials que já possuíam diploma de ensino superior afirmaram que a sua formação era “muito ou um pouco sem importância” para seus empregos atuais.
Seus pais, porém, não parecem concordar com a afirmação: 96% deles esperam que seus filhos frequentem faculdade, e apenas 27% concordam com a afirmação de que um diploma seja pouco relevante para a formação profissional.
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Estagnação nos moldes de ensino
Muito se fala sobre os problemas referentes à educação no Brasil, mas, aparentemente, a estagnação nos modelos de ensino também é um problema em países de primeiro mundo, como nos Estados Unidos – estagnação, aliás, é um conceito que não têm mais espaço entre as novas gerações.
Larry Summers, economista-chefe do Banco Mundial, e ex-professor da Universidade de Harvard, comentou no podcast Mercatus Center sobre o paradoxo do desenvolvimento das grandes empresas versus a atualização do ensino.
Segundo ele, a General Electric, por exemplo, se desconstruiu e se reestruturou completamente de 1975 para cá, para se adequar às transformações da sociedade. Em compensação, as universidades americanas de Harvard, Yale, Princeton e Stanford ainda se parecem muitíssimo com o que eram há quatro décadas.
Este argumento combate o estereótipo de que os grupos mais jovens são preguiçosos e mimados, lançando a ideia de que, na verdade, é o ensino superior que não está pronto para receber as Gerações Z e Millennials, e não o contrário.
O que pode ser feito?
Segundo o portal de educação Inside Higher Ed, as instituições de ensino precisam ser proativas e se revitalizar, redesenhando os currículos de ensino e os métodos de avaliação e entrega, além de oferecer novos serviços de suporte, dando ouvidos às novas necessidades da sociedade.
Marvin Krislov, presidente da Pace University, contou à Forbes que, para se reinventar, as faculdades precisam se tornar mais acessíveis aos diversos perfis de alunos, como, por exemplo, ser mais flexíveis à pessoas com agendas lotadas, que podem não ser capazes de concluir um curso completo de uma só vez – o que inclui a rotina de grande parte dos Millennials empregados.
Razões para evitar
Ryan Jenkins, palestrante e especialista em comportamento das Gerações Z e Millennial, listou 6 razões pelas quais estas gerações evitam ou evadem as faculdades:
1. CUSTOS ELEVADOS
Os aumentos nos custos da educação não são proporcionais ao aumento do salário mínimo, causando enormes dívidas aos estudantes, inclusive quando recorrem à financiamentos estudantis.
2. HÁ OUTRAS ALTERNATIVAS
Já que o ensino superior é tão custoso em termos de tempo e disponibilidade financeira, e outros moldes de educação já existem, Millennials ou Geração Z tendem a buscar alternativas mais rápidas para se capacitarem em suas áreas de atuação.
3. ALTA EXPECTATIVA DE VIDA
Como um diploma de quatro anos pode sustentar indivíduos que, muito provavelmente, vão viver até quase os 100 anos em um mundo de alto fluxo de transformações?
4. EDUCAÇÃO CORPORATIVA
Hoje em dia, grande parte dos empregos já fornecem treinamento semelhante a uma faculdade, podendo ter as habilidades necessárias para a profissão desenvolvidas na prática, durante o trabalho.
5. MUDANÇA DE PRIORIDADE PARA OS PAIS
Baby Boomers e Geração X tendiam a incentivar mais os filhos a terem um diploma universitário do que os pais do momento – os Millennials.
6. GIG ECONOMY
O termo “Gig Economy” se refere aos regimes de trabalho temporário ou freelancer, e a maior parte dos jovens têm buscado carreiras autônomas, pois preferem ser empreendedores do que empregados quando se formarem.
O estudo da Inside Higher Ed também mostrou que a alta presença de transtornos da saúde mental nos jovens da atualidade, como depressão, estresse, ansiedade e fobias também devem ser levados em consideração para compreender o porquê de estarem fora das universidades.
Além disso, Millennials tendem a estar sobrecarregados com trabalho e estresse econômico (sobretudo os que vivem em grandes cidades), e acabam deixando a formação acadêmica em segundo plano.
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