Nesta semana, a varejista de moda Renner apresentou sua coleção de moda Primavera-Verão no metaverso da Decentraland, um universo virtual planejado na blockchain do Ethereum (ETH) e que possui o MANA como token.
O evento, também realizado em formato físico por meio de uma parceria com a Housi, plataforma de moradia sob demanda – permitiu que os convidados criassem seus avatares e escolhessem os looks desenvolvidos por meio da tecnologia 3D. A cerimônia coloca em evidência as transformações causadas pelo metaverso em diferentes setores corporativos e o impacto deste novo ambiente digital para as marcas.
Nesse sentido, o Conarec 2022, a partir da temática “Digital, exclusivo e autêntico: a revolução do metaverso”, convidou a produtora sênior de eventos e conteúdo da Decentraland, Giovanna Graziosi Casimiro, para debater sobre este assunto e trazer à tona as possibilidades trazidas pela integração entre os universos digital e físico.
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Mas afinal, o que é mesmo o metaverso?
Antes de mais nada é importante lembrar que o metaverso ganhou relevância mundial em 2021, quando o Facebook tornou-se Meta e passou a investir no chamado “próximo capítulo da internet”.
Desde então, outras grandes organizações, como a Microsoft, a Decentraland e a Amazon passaram a dar seus primeiros passos neste ambiente até então desconhecido e começaram a realizar o imbricamento entre realidade aumentada, realidade virtual e outros tipos de tecnologia, de forma com que o negócio, o entretenimento e a comunicação possam estar presentes nesta internet 3.0 e possibilitem aos usuários experiências completamente imersivas.
O resultado de todo este esforço pôde ser visto em diferentes momentos, como no desfile da Renner citado no início deste artigo, ou então na criação do Byte, um refrigerante virtual criado no Fortnite pela Coca-Cola. Há ainda a Under Armour, que faturou 333 dólares a cada tênis virtual vendido para os avatares, e a Nike, que criou o Nikeland para que o público interaja na ‘web’ e use seus próprios produtos de maneira totalmente digital.
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O metaverso abre portas para novas estratégias empresariais
De acordo com Giovanna Graziosi Casimiro, existem infinitas possibilidades de projetos autênticos inseridos no metaverso e que podem fazer parte do plano estratégico das empresas, já que a internet 3.0 dá a liberdade de criar campanhas e desenvolver histórias com foco no usuário, que está, por sua vez, mais exigente do que nunca e busca por experiências inovadoras em todas as etapas da jornada de consumo.
“O metaverso permite conectar espaços virtuais e físicos, possibilita a gamificação de experiências e abre margens para que as empresas explorem novas estéticas e utilizem ferramentas criativas que não eram possíveis com a internet 2.0”, comenta a profissional, que acrescenta: “a internet 3.0 é essa internet feita de pessoas para pessoas e não somente de corporações para consumidores”.
Nesse sentido, nota-se que as empresas, ao entrarem em contato com este novo ambiente de interação virtual, passam a valorizar ainda mais seu público-alvo, colocando-o como centro de todas as decisões e atribuindo-lhe a voz que ele tanto busca no mundo real.
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Metaverso dá voz aos consumidores e modifica relacionamento “marca-cliente”
“Hoje a ideia de engajamento tem muito a ver com senso de pertencimento: quando você vai para os mundos virtuais você tem voz, você tem um corpo, você tem uma identidade e você pode expandir num grupo de outros usuários em que você se sente parte de um grupo”, explica Giovanna Graziosi Casimiro.
Para além, a produtora sênior de eventos e conteúdo da Decentraland comenta que as empresas devem fazer uso destes recursos tecnológicos para “se conectarem mais com seus consumidores, a fim de contarem histórias que vão além dos limites físicos, considerando que não é interessante pensar em mundos virtuais OU mundos físicos, já que todos os mundos e realidades pertencem ao mesmo mundo: o híbrido, onde o metaverso é uma ponte para as realidades múltiplas”, pontua.
Por fim, a convidada do Conarec 2022 ressalta que a web 3.0 vem ganhando força entre as empresas e seus públicos justamente por conta de seu poder de adaptação e de busca por soluções alternativas que o mundo físico não oferece: “o processo de adaptação a contextos que nem sempre são favoráveis faz parte do metaverso, que através da ideia de gambiologia, propõe novos canais que possibilitem o desenvolvimento de caminhos criativos que solucionem determinados empasses”.
“A Decentraland nasceu disso: se o mundo tem certos limites, certas governanças que não podem ser mudadas, por que não criar uma realidade virtual onde podemos fazer essas outras possibilidades acontecerem?”, finaliza Giovanna Graziosi Casimiro.
Vale lembrar que o Conarec é o maior evento da América Latina direcionado para o relacionamento entre marca e cliente. Sua próxima edição, agendada para os dias 13 e 14 de setembro, terá como “CX Made in Brazil: mais conectado, mais inteligente e mais humano” e acontece no formato presencial, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, com transmissão online.
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