Os gastos com juros das famílias e empresas brasileiras cresceram ao longo de 2017, mesmo com os ciclos de redução da Selic. Um levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que os gastos com juros no País cresceram 11,8% ao longo de 2017 somando empresas e famílias.
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No total, empresas e famílias pagaram R$ 475 bilhões em juros no período. O valor corresponde a 7,3% do PIB brasileiro. Isolando os gastos das famílias, a soma total é de R$ 354,8 bilhões, o que corresponde a três quartos do total (74,5%). Os gastos das famílias brasileiras com juros cresceram 17,9% no período e correspondem a 5,41% do PIB nacional.
A família brasileira gastou, ao longo do ano passado, 10,8% de sua renda com juros, o que coloca esse gasto como um dos maiores no orçamento familiar, superando gastos com educação e vestuário, segundo a FecomercioSP.
As empresas, por sua vez, pagaram 120,8 bilhões em juros, uma redução de 3% em relação a 2016.
Nível do endividamento familiar
Apesar do alto gasto das famílias com juros, o endividamento familiar não representa grande perigo para a economia nacional. O volume agregado das dívidas corresponde a apenas 0,1% do PIB. Segundo a FecomercioSP, “tal quadro afasta qualquer risco de descontrole sistêmico no nível de inadimplência no Brasil”, afirma, em nota, a federação.
A entidade aponta que uma taxa de juros de 54% em 2017 seria suficiente para “viabilizar um nível praticamente pleno de solvência dos endividados” e se manteria interessante para investidores que ganham com a alta dos juros. Mesmo com as reduções na Selic, as taxas praticadas em 2017 foram de 67,8%.
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