O mercado global de consumo de luxo registrou um crescimento de 4% nos últimos seis meses e deve ultrapassar a marca de mais de R$ 3 trilhões até o final desde ano. Entre os fatores que colaboraram para esse cenário, estão a venda de carros de luxo, que apresentou um aumento de 8%, e as mudanças no comportamento dos consumidores, que agora preferem investir em experiências novas e mais pessoais, como viagens, gastronomia, vinhos e até mesmo obras de arte.
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As informações são do estudo elaborado pela Bain & Company em parceria com a Fondazione Altagamma (fundação italiana da indústria de bens de luxo). O levantamento mostra também que hoje a indústria de bens de luxo lucra R$ 861 bilhões, influenciada pelo declínio do mercado americano e pela retomada do crescimento da China, após três anos de estagnação.
De acordo com o sócio da Bain & Company no Brasil, Gabriele Zuccarelli, o segmento de luxo alcançou seu ponto de maturação, por isso, as marcas devem adotar estratégias diferenciadas, se quiserem ser bem-sucedidas. “Tanto que já percebemos um movimento claro de polarização entre vencedores e perdedores nesse mercado, no que diz respeito ao desempenho de todas as categorias de produtos e setores”, avalia Zuccarelli.
O relatório também identificou que o e-commerce lidera os canais de compras no mercado de luxo e já representa o terceiro maior mercado global do segmento (7%), atrás apenas dos EUA e do Japão, além de se consolidar como um elemento-chave na revolução digital do luxo. Os descontos em bens de luxo representam mais de 35% desse mercado, se comparados ao preço total dos produtos. Embora as lojas off-price compreendam mais de 30% do segmento, a tendência é que esses números continuem subindo, devido à pressão dos consumidores sobre os valores dos produtos. Além disso, o estudo mostra que as joias e os demais acessórios registraram um ótimo desempenho, ultrapassado apenas por produtos de beleza, apesar de variar de acordo com a marca.
A Bain & Company estima que o mercado de luxo ainda vai lucrar entre R$ 968 bilhões e R$ 986 bilhões até 2020, com base em um crescimento de vendas anuais de 3% a 4%, a se iniciar em 2017, mas o caminho não deve ser fácil. “As marcas de luxo devem ajustar as expectativas às suas estratégias. Estamos em um momento em que as empresas que adaptarem seus negócios, tiverem uma presença omnichannel e possuírem uma abordagem centrada no cliente vão se destacar no mercado. E as que se recusarem a fazer isso ficarão para trás”, finaliza Zuccarelli.
Por fim, o levantamento mostra que o consumo de produtos locais aumentou na América Latina e esse movimento está ajudando o Brasil a dar uma reviravolta na economia.