2018 foi um ano difícil para o mercado editorial. Tanto é que os números não mentem: de acordo com levantamento feito pela Fipe, o setor teve queda de 0,9%, o que representa um decréscimo de 4,5%. A pesquisa encomendada pela Câmera Brasileira do Livro e pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros analisa os números das editoras em dois setores: mercado (venda em livrarias, bancas e etc) e governo (programas de compras para estudantes e bibliotecas escolares).
Vale lembrar que no ano passado duas das principais redes de livraria, a Saraiva e a Cultura, fecharam lojas e chegaram a abrir pedido de recuperação judicial. A crise do setor, agravada pela recessão que começou em 2014, explicam essa queda.
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Os números
Dentre os títulos com melhor desempenho estão os de religião, único que apresentou crescimento. Já o setor de didáticos teve queda real de 9,1%, enquanto o de obras 6,8%, seguido do CTP com 20,3% – que representam categorias como Científico, Técnico e Profissional.
O crescimento dos ecommerces especializados também afetaram diretamente a venda de livros em lojas físicas. Em 2018 elas representaram 50,45% do faturamento das editoras e 46,25% de exemplares comercializados. Veja os números abaixo:
Distribuidoras – 27,29%
Marketplaces – 26%
Escolas – 3,1%
Já em termos de exemplares comercializados, as bibliotecas privadas foram as que registraram maior crescimento, com 72%, seguidas de livrarias digitais, com 32,8%, marketplaces, 31,2%, distribuidores, 17,4% e empresas, 13,1%.
Por conta deste cenário muitas editoras publicaram menos livros didáticos, religiosos de obras gerais e CTP no ano que passou. O resultado? Queda de 11%, o que equivale a 43,3 milhões de exemplares a menos.
Os piores desempenhos foram em literatura juvenil (-32,12%), artes (-30,42), ciências humanas e sociais (-26,59%) literatura adulta (-18,11%), autoajuda (-15%), literatura infantil (-15,33%) e biografias (11,99%).