Moedas, como as conhecemos hoje, surgiram na Lídia, atual Turquia, no século VII A.C., sendo peças de metal representando valores. A cunhagem a martelo surgiu depois, destacando os signos monetários e valorizando a nobreza do ouro e da prata. Com o passar do tempo, as moedas passaram a apresentar figuras representativas da história, cultura e poder das sociedades.
Foi a necessidade de guardar as moedas em segurança que deu origem aos bancos. Segundo o livro “Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de história, 1694-1984”, os negociantes de ouro e prata, por terem guardas e cofres à sua disposição, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes. A eles era dada uma nota escrita do valor guardado. Conhecidos como “goldsmith’s notes”, tais recibos passaram a servir como meio de pagamento por seus possuidores, por serem considerados mais seguros de portar do que o dinheiro vivo. “Assim surgiram as primeiras cédulas de “papel-moeda”, ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que a guarda dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias”, explica a obra.
Os primeiros bancos reconhecidos oficialmente surgiram, em primeiro lugar, na Suécia, em 1656. Depois na Inglaterra, em 1694; em terceiro, na França (1700).
No Brasil, a primeira experiência bancária é datada de 1808. Na ocasião, o príncipe regente D. João criou o primeiro Banco do Brasil, como forma de financiar o império luso-brasileiro, após se instalar no Rio de Janeiro, fugindo de Lisboa.
Passado
De lá para cá muita coisa mudou. E a moeda também, claro. Réis, Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real… O Brasil teve nove moedas desde a independência em 1822 até os dias atuais. Até 1994, com o advento do real, a inflação era bem elevada. Em outras palavras, havia sempre excesso de dinheiro em circulação no mercado, o que fazia com que a demanda subisse a todo momento, frente a oferta.
Nesse ínterim, a hiperinflação no Brasil atingiu níveis alarmantes, acumulando quase 2.000% no final da década de 1980. Em contrapartida, o índice de preços ao consumidor atingiu o patamar de 6.821% em abril de 1990. Como resultado, a hiperinflação deteriorava rapidamente o poder de compra das pessoas e, por consequência, a unidade monetária em circulação. O governo se via “forçado” a trocar a moeda.
Tal cenário só se estabilizou com a implementação do Plano Real, que trouxe estabilidade à flutuação dos preços de bens e serviços. Desde então o Brasil não enfrentou novos períodos de hiperinflação.
Presente
Hoje, vivemos em uma era de rápidas mudanças e avanços tecnológicos, o que inevitavelmente afeta todas as áreas de nossas vidas. No campo financeiro isso é evidente, com o surgimento de novas formas de pagamento e a crescente digitalização das transações. Dessa forma, destaque para os pagamentos por meio de celular.
A pesquisa “Carat Insights 2024 – Pix, Carteiras Digitais e Outras Tendências de Pagamentos” revelou o quanto diversificar os canais de compra vem sendo uma oportunidade para as empresas aprimorarem a jornada do consumidor. Consoante o estudo, as compras presenciais ainda são rotineiras, com 46% dos brasileiros comprando em lojas físicas pelo menos uma vez por semana. No entanto, a proporção de pessoas que compram em lojas físicas a cada duas semanas é menor em comparação às compras online e em lojas integradas, com percentuais de 54% e 43%, respectivamente.
Ademais, seis em cada dez pessoas têm utilizado as redes sociais para realizar transações de compra e venda de produtos, conforme a Carat Insights 2024. O Pix (89%) e o cartão de crédito (46%) se destacam como os meios mais utilizados para essas compras. “Inegavelmente, esses dados mostram como a integração do pagamento vem facilitando tanto para quem compra quanto para quem vende”, explica Giuliana Cestaro, Diretora de Produtos Software Express do Brasil na Fiserv.
Segurança no celular
Portanto, para as empresas, aceitar pagamentos por meio do celular tem se tornado cada vez mais comum atualmente. E, por outro lado, os consumidores estão cada vez mais confiantes em utilizar o smartphone como uma forma segura e prática para realizar transações financeiras. A tendência é que essa prática se intensifique no futuro, à medida que as pessoas se acostumam e confiam cada vez mais nessa forma de transação.
Existem diversas opções para realizar pagamentos por meio do celular. Uma delas é utilizar aplicativos de carteira digital, que permitem cadastrar cartões de crédito ou débito e realizar pagamentos de forma rápida e conveniente. Esses aplicativos geralmente oferecem medidas de segurança, como a solicitação de uma senha ou o uso da autenticação biométrica, para garantir a proteção dos dados do usuário. Outra opção é realizar pagamentos por meio de aplicativos de bancos, que oferecem funcionalidades para transferências e pagamentos. Nesse caso, é necessário ter uma conta bancária vinculada ao aplicativo para realizar as transações. Além disso, existem também as maquininhas de cartão, que já são muito conhecidas pelos comerciantes. Com essas maquininhas, é possível realizar pagamentos por meio do celular, inserindo o cartão na maquininha ou utilizando a tecnologia de aproximação, como o NFC.
Vale ressaltar que as principais vantagens de utilizar o celular como forma de pagamento são a praticidade e a segurança. Tudo porque com o celular na palma da mão, é possível efetuar pagamentos a qualquer hora e em qualquer lugar, desde que haja uma conexão com a internet. Além disso, como os dados do cartão não ficam armazenados no celular, os riscos de fraude são reduzidos.
Será o fim do dinheiro?
Com o avanço da tecnologia, prescindir do dinheiro em espécie está se tornando cada vez mais comum, e a adoção do celular como meio de pagamento é uma tendência que veio para ficar. Quem comenta melhor é Alexandre Fontes, superintendente de operações e clientes da Veloe, serviço de tag veicular com a premissa de economizar tempo na fila de estacionamentos, shoppings e praças de pedágio, que acredita que a junção da Inteligência Artificial com os pagamentos digitais está sendo um casamento perfeito. “Prova disso está no setor de mobilidade. Afinal, a capacidade da IA de aprender e se adaptar em tempo real tem aprimorado consideravelmente a segurança das transações, reduzindo fraudes e proporcionando uma experiência mais fluída aos usuários. A IA traz benefícios que agregam valor aos meios de pagamento e certamente teremos ainda outros a serem descobertos e explorados”.
E isso ocorre porque a Inteligência Artificial é capaz de fornecer soluções inovadoras que simplificam e agilizam os processos de pagamento, tornando-os mais seguros e convenientes para todos: “Em síntese, a IA não apenas simplifica os processos de pagamento, mas personaliza de acordo com o comportamento do usuário. Sua capacidade de análise de dados em larga escala agiliza as transações e contribui para um sistema de pagamentos mais seguro, adaptando-se continuamente a padrões de comportamento e identificando possíveis anormalidades”.
Futuro
Sobre o futuro, ele pensa que, vez que a IA tem algo a contribuir em todas as áreas, com o dinheiro isso não será diferente. “A IA fornecerá insights valiosos em padrões de gastos e de consumo, mas o principal: contaremos com recomendações personalizadas para uma gestão financeira mais eficaz. Ou seja, ela ajudará cada vez mais os usuários a tomarem decisões mais assertivas e promover hábitos financeiros mais saudáveis, auxiliando além do processamento de pagamentos”.
Menos papel
Alexandre considera que a sociedade, impulsionada por soluções inovadoras de pagamento digital e, evidentemente, pela IA, caminhará para um mundo com menos dinheiro físico. Para ele, a personalização, segurança e conveniência serão as palavras-chave, “e tecnologias como blockchain e pagamentos biométricos têm o potencial de remodelar fundamentalmente a maneira como encaramos e utilizamos o dinheiro”.
Outro aspecto importante do futuro do dinheiro é a inclusão financeira. Com o avanço da tecnologia, mais pessoas em todo o mundo têm acesso a serviços financeiros básicos, como contas bancárias e empréstimos. Isso permite uma maior participação na economia e estimula o desenvolvimento de comunidades. No entanto, é importante ressaltar que, mesmo com todas essas mudanças, o dinheiro em si ainda terá um papel fundamental no futuro. O desafio está em encontrar o equilíbrio entre a digitalização e a preservação da privacidade e da segurança.
Inclusão
Em resumo, o futuro do dinheiro é cada vez mais digital e tecnológico. Criptomoedas, dispositivos móveis e aplicativos de pagamento estão moldando a forma de fazermos transações. A inclusão financeira também é uma prioridade, enquanto a segurança e a privacidade continuam sendo questões importantes. “É essencial preparar-se para se adaptar a essas mudanças e explorar as oportunidades que elas trarão, uma vez que estamos diante de uma transformação significativa no sistema financeiro. É uma revolução nos meios de pagamento. A facilidade do uso e a segurança que a IA oferece são qualidades que nos ajudam, ainda mais, a tornar a mobilidade fluida e segura. A perspectiva é essa maneira de pagar se torne cada vez mais comum, substituindo métodos tradicionais, principalmente em setores como o de mobilidade, em que a agilidade é crucial”, finaliza o especialista da Veloe.
O evento IA + CX, que ocorrerá no dia 23 de abril de 2024, na Casa Traffô, localizada na Rua Gomes de Carvalho, 560, bairro Vila Olímpia, São Paulo/SP, trabalhará o tema “O futuro dos meios de pagamento sobre a ótica da IA”.
Para saber mais sobre a programação completa, acesse: Programação – IA + CX – Inteligência Artificial + Customer Experience (consumidormoderno.com.br).