Startups voltadas a soluções no varejo também se dispõem a resolver problemas de pagamentos. Uma espécie de fusão entre retailtechs e techfins (e fintechs), elas proliferam no ecossistema dos marketplaces e setor varejista como um todo com a proposta de dinamizar os negócios, tornando-se aos negócios uma promissora solução de fidelização do consumidor. São as retailtechs de pagamentos.
O mais interessante dessas empresas nascentes é o protagonismo que elas ganharam no complexo ambiente que é o varejo on e offline no contexto do Open Banking. Elas são a promessa de resolução do gargalo nos processamentos das transações, além de serem importantes via para a fidelização. É o que mostra o Inside Retailtech Report do Distrito, que no mês de junho traz um foco especial nas nascentes que solucionam pagamentos entre suas quase 800 startaps de varejo mapeadas.
De acordo com o relatório, as retailtechs de pagamento têm maturidade superior à média em relação às de outras categorias no setor. Isso acontece porque o ambiente de pagamentos é complexo, e no Brasil já conta com uma estrutura de nível global ao mesmo tempo que a população se digitaliza. A concorrência e a qualidade dos serviços são elevadas, sob o desafio de operar dinheiro, cartões, WhatsApp Pay, tecnologias sem contato, QR Code, PIX e links de pagamentos.
Para o Distrito, a maturidade das startups do nicho se justifica também pela quantidade de funcionários. No caso das retailtechs de pagamentos, mais de 20% delas têm mais de 100 empregados. Enquanto cerca de 40% são micro, quase 25% são grandes. isso se dá, em parte, pelo fato da maioria dos modelos de negócios ter sido fundada entre 2011 e 2015, observa o estudo.
Benefícios ao varejo
Os benefícios do desenvolvimento de retailtechs de pagamentos no Brasil são enormes aos varejistas. Os custos diminuem, a eficiência aumenta e o consumidor fica mais satisfeito com a pluralidade de métodos. E é na satisfação que a fidelidade pode se consolidar. Como lembra o relatório, são as soluções de pagamento que trazem tecnologias possíveis para incentivos como o cashback mediante fornecimento (e segurança) de dados.
Desafios das restailtechs de pagamentos
Enquanto os anos passados de consolidação e maturação das empresas de solução ao varejo exigiam um profundo entendimento do mercado e a cultura do varejo local por parte das equipes de desenvolvimento, o presente é de conhecimento sobre o consumidor. Em seus comentários no relatório, a líder comercial e de parcerias da Adyen, Adriana Mesquita, pontua o quão dinâmico e cheio de possibilidades o mercado se tornou diante de um consumidor de perfil mais early adopter.
“O consumidor brasileiro é vanguardista na adoção de novas tecnologias e o Banco Central tem uma agenda forte de inovação. Nosso desafio hoje é acelerar ainda mais essa transformação e munir os varejistas com a tecnologia necessária para oferecer a experiência do varejo do futuro”, diz a executiva.
Grupos de soluções
Diante da sede de aprimoramento dos métodos de pagamento, busca de fidelização e obtenção de dados, as retailtechs de pagamentos se subdividem em três grupos maiores: soluções de PdV (ponto de venda) para varejo físico (incluindo soluções de biometria facial), processamento das transações e pagamentos por celular. Também há, claro, subgrupos de atuação menores como antifraude, contas digitais, pré-pagos, etc.
Nestes grupos maiores, os principais maiores players resolvem dores com processamento de transações financeiras com foco no e-commerce. Conforme lembra o relatório, essa questão é nefrálgica para o mercado como um todo, já que soluções um dia criadas por players como Alipay (Alibaba) e Mercado Pago (Mercado Livre) para resolver seus próprios ecossistemas hoje transcendem e atual de forma independente, ao ponto de transformar concorrentes em clientes.
Vias de crescimento
De acordo com o relatório, dentro do universo de retailtechs, o problema de processamento de transações é o grande gargalo. Por isso, não é de se espantar que seja nessa categoria que a maior parte das startups de pagamento esteja. Grandes marketplaces e varejistas buscam solidificar suas estratégias em serviços financeiros, tanto da ponta B2B para os sellers e parceiros quanto para B2C no intuito de gerar mais recorrência. A partir disso, segundo o relatório, eles desenvolvem soluções internas ou vão às compras dessas startups. Ao mesmo tempo, outros players de tecnologia financeira buscam expandir seus modelos de negócios para as plataformas e ecossistemas iniciando um marketplace.
“Vemos um mercado de pagamentos para o varejo tech em constante transformação e, apesar de já estar em um patamar relevante de maturidade, o crescimento e a expansão desses novos modelos de negócios ainda têm muito a nos mostrar”, aponta o estudo.
As promissoras da promessa
Atualmente, o ecossistema de retailtechs supera com folga o volume investido em 2020, batendo os US$ 888 milhões até o momento, e hoje emprega mais de 55 mil pessoas.
Entre as startups de solução de pagamento, os maiores aportes estão concentrados nos maiores players concentram, como cloudwalk e conductor. Pelas métricas do estudo do Distrito, que pondera crescimento no número de funcionários, número de funcionários, total de aportes e seguidores no LinkedIn, o Top 10 das promissoras é: PicPay, Clearsale, Conductor, Ebanx, Zoop, Asaas, Iugu, Vindi, Acqio e Cloudwalk.
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