Se antes os clientes não confiavam no e-commerce como um todo, passaram a fazer compras via desktop e hoje estão habituados a comprar por dispositivos móveis. No segundo trimestre de 2018, as vendas por celular e tablet já representavam 43% das transações online. O movimento de confiança do consumidor no mobile é vertical.
AS VENDAS POR CELULAR E TABLET JÁ REPRESENTAM 43% DAS TRANSAÇÕES ONLINE
Um estudo da Criteo com mais de 5 mil varejistas em mais de 80 países, revela que a adesão à web móvel e à tecnologia dos aplicativos vem crescendo no mundo todo. Globalmente, o mobile domina entre os varejistas que promovem seus aplicativos de compra.
Nesses casos, a Criteo registrou um aumento de 30% em transações feitas via app. A região da Ásia – Pacífico (APAC) conta com a maior parcela de transações em aplicativos (46%), seguida pela Europa (26%) e Américas (18%).
O marketing tem papel fundamental nesta mudança. O varejo brasileiro está mais preparado em termos de estratégia digital, avalia Alessander Firmino, diretor geral da Criteo para a América Latina. “O Brasil continua amadurecendo. Existem diferentes níveis de varejistas e alguns estão bem mais avançados, com uma visão omnichannel, como a Amaro”, diz Firmino.
Confira a entrevista concedida por Alessander Firmino, diretor geral da Criteo para a América Latina, à NOVAREJO sobre o cenário do marketing digital no mercado brasileiro:
NOVAREJO: O mobile é muito bem aceito hoje e sua adesão continua crescendo. Qual o tamanho da participação do marketing nesta mudança?
Alessander Firmino: É importante que o marketing das empresas observe o comportamento dos consumidores. A adoção dos smartphones é um caminho sem volta e é importante integrar o smartphone a toda estratégia de marketing. O consumidor é omnichannel e tem acesso fácil às informações. É preciso conectar todos os pontos de contato e o mobile é um passo de toda essa etapa de mudança do consumidor.
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NV: Quando falamos de marketing digital, o que significa ter uma boa estratégia? Quais são os pilares para o varejista olhar e avaliar se sua empresa tem uma estratégia sólida e eficiente?
AF: O principal pilar é o conceito omnichannel. É preciso colocar o consumidor no centro da atenção do marketing. O consumidor não está olhando para a loja por canal, e sim como um todo. Não se pode planejar uma campanha somente para loja física, ou somente no e-commerce.
NV: Em termos de estratégia digital o varejo brasileiro está maduro ou ainda precisa aprender com outros países?
AF: O Brasil continua amadurecendo. Existem diferentes níveis de varejistas e alguns estão bem mais avançados, com uma visão omnichannel, como a Amaro, que faz das suas lojas pontos de interação com o produto. Existe um processo de educação que fazemos juntos (à imprensa) que ajuda os que estão começando agora a entender essa oportunidade e começar a se dedicar.
NV: E as PMEs? Elas são maioria no Brasil e enfrentam algumas dificuldades. Como você vê o nível de maturidade das empresas pequenas?
AF: Elas estão aproveitando este momento. Você vê as pequenas se integrando aos marketplaces das grandes, como padarias ‘de esquina’ aproveitando as soluções de Rappi e iFood, por exemplo. Hoje a lojinha de bairro que vende acessórios consegue ter abrangência nacional e expandir sua visibilidade. Então as pequenas estão aproveitando as ferramentas disponíveis.
NV: Na América do Norte, a taxa de conversão nos aplicativos de compra é três vezes maior que na web mobile. Isso deve acontecer aqui no Brasil?
AF: Este é um caminho sem volta. Os aplicativos são a ferramenta mais poderosa que o varejista tem para fidelizar e criar relacionamento. O Wish faz isto muito bem, mantendo uma interação forte, como se fosse um personal shopper, utilizando gamificação também.
Esse tipo de interação ajuda a manter o relacionamento com o cliente. Conseguimos fazer isso no Brasil. Algumas empresas estão evoluindo o nível de interação com o cliente e o aplicativo é ferramenta superimportante para isso, você aprende o momento certo de dar um push (notificação) e recomendar um produto certo.
NV: Vocês, da Criteo, trabalham a nível global com personalização. Neste quesito a Amazon é referência quando pensamos em varejistas. Como vocês enxergam a Amazon? Como um exemplo a ser seguido ou como uma concorrente?
AF: Nós aspiramos muito a Amazon, assim como outras empresas. Existe uma diferença grande porque fazemos algo além, já que somos uma plataforma de publicidade para internet aberta. A Amazon trabalha com as informações que ela própria coleta. Nosso conjunto de dados é maior por trabalharmos com internet aberta. Damos ao varejista a oportunidade de interagir e tomar a decisão correta, trabalhamos como parceiros.
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