Duas potências do setor de alimentos anunciaram uma fusão que promete transformar redesenhar o mapa da indústria de proteína animal no Brasil e no mundo. A Marfrig e a Sadia revelaram seus planos para adquirir 100% da BRF, processadora de aves e suínos, consolidando uma operação bilionária e criando um verdadeiro império do setor.
A movimentação marca o ápice de uma estratégia de longo prazo da Marfrig, que já controla 50,49% da BRF. Com a operação, a empresa ganha escala para disputar mercado com a JBS, maior concorrente do setor, que se prepara para listar suas ações na Bolsa de Nova York. Por ora, Marfrig, BRF e JBS continuam listadas na B3, a bolsa brasileira.
Segundo informações da agência Reuters, o acordo prevê uma troca de ações: os acionistas da BRF receberão 0,8521 ação da Marfrig para cada papel que possuírem.
A operação também prevê a criação de uma nova holding, chamada MBRF, que será responsável por integrar os negócios da Marfrig, da BRF e da americana National Beef, processadora de carnes dos Estados Unidos controlada pela Marfrig. A nova estrutura promete fortalecer a atuação global do grupo.
As empresas estimam que a fusão pode gerar sinergias anuais de R$ 805 milhões, sendo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões já no primeiro ano de operação conjunta. A proposta será submetida à votação dos acionistas em 18 de junho.
A Marfrig começou a montar sua posição na BRF em maio de 2021, quando adquiriu quase um quarto do capital da empresa, mas afirmou na época que manteria uma postura de investidora passiva. Desde então, foi ampliando sua participação até se tornar a acionista majoritária.
Nos últimos 12 meses, Marfrig e BRF registraram vendas líquidas combinadas de R$ 152 bilhões (cerca de US$ 26,75 bilhões), sendo 38% provenientes de produtos alimentícios processados de maior valor agregado, segmento estratégico para a nova companhia.