Uma experiência renovadora foi a inspiração de Stella Kochen Susskind, CEO da Shopper Experience, para criar o estudo As marcas mais conscientes do Brasil: em uma conferência em Amsterdã, a executiva assistiu a uma palestra de André Kuipers, o segundo astronauta neerlandês a ir para o espaço, que registrou imagens do Planeta Terra visto de cima – inclusive dos impactos do homem no meio ambiente – no vídeo Walking On Air.
Emocionada, a especialista decidiu que precisava mensurar a percepção do consumidor sobre as marcas que realmente se importam com questões sustentáveis. A pesquisa entrevistou 1500 consumidores online entre homens e mulheres, de 21 a 65 anos, das classes A, B e C (critério Brasil).
Os resultados apontam que três principais pontas são responsáveis pelo consumo consciente: cidadãos, empresas e governo. Para o consumidor, três âmbitos ficam em destaque:
– O ambiental – relacionado a economia de energia, reciclagem, desperdício de alimentos, preocupação com a mobilidade;
-O econômico – consciência nos orçamentos, diminuição da acumulação de bens, diminuição das contas parceladas;
– O social – doação de roupas e bens, o não consumo de empresas envolvidas com exploração infantil ou trabalho escravo, bem como empresas que façam testes em animais, trabalho voluntário.
Com relação às exigências que esse público tem das empresas, ficam nestes mesmos critérios. “Os consumidores sentem que as empresas são responsáveis por essa cultura. Eles querem ações de consumo consciente efetivas, querem que as empresas falem com o consumidor, falem sobre vida sustentável, tenham engajamento com causas e façam doações claras”, explica Susskind.
Mesmo assim, o estudo aponta que, para os cidadãos, o maior responsável pelo ciclo de consumo consciente são eles mesmos – os determinantes para mudar o mundo. Algumas das empresas apontadas como mais conscientes são: Tam, Mercado Livre, Leroy Merlin, Samsung, Natura, Carrefour e Pão de Açúcar.
Para finalizar, Stella convidou o ator Nicole Very Well para protagonizar uma CEO de empresa que tem vários propósitos em seu discurso sobre a empresa, mas não coloca os valores em prática no dia a dia nem em sua vida pessoal. “A empresa precisa refletir a casa da gente. Se a gente não respeita quem está do lado, fica difícil colocar isso em prática na organização”, destaca. “Cada um de nós é o começo da mudança do mundo”, conclui.