Você já encontrou algum objeto perdido no metrô? Mesmo que nem todos os usuários do transporte público saibam, existe um sistema de busca de Achados e Perdidos do Metrô, desde 1975. Há até mesmo lendas sobre o que há de mais bizarro por lá. Porém, há também coisas muito boas deixadas (de propósito!) nos vagões.
O projeto Leitura no Vagão é um exemplo muito claro disso. Ele nasceu há dois anos, baseado em uma filosofia de tornar melhor o lugar em que vivemos. E quem conta essa história é Fernando Tremonti, fundador do projeto. “Por usar o metrô como transporte no meu dia-a-dia, imaginei como poderia tornar aquele ambiente melhor. E a resposta estava na minha mão”, diz. Assim, o rapaz começou a deixar livros nos vagões. Todas as obras ganharam etiquetas de identificação para mostrar que o livro deixado no banco era mais do que um esquecimento. “Saímos dos vagões e fomos para os ônibus e para as ruas”, aponta.
Caminhando
Questionado sobre a forma como a ideia foi divulgada, Tremonti conta que, no começo, a divulgação foi feita de maneira bem simples: o fundador divulgava nas redes sociais quais livros seriam distribuídos naquele dia. “As pessoas se mobilizaram para doar”, comenta. E assim a iniciativa cresceu. “Cheguei a dar kits de etiquetas para que as pessoas pudesse colaborar”, diz. Até hoje, foram distribuídos mais de 13 mil livros.
Como funciona?
A brincadeira é simples: o livro pode ser encontrado ou deixado em vagões de metrô, ônibus e em ações feitas pelo Leitura no Vagão. E as obras contam folders, etiquetas e voluntários.
Como se não bastasse, Tremonti afirma que o projeto funciona também como uma forma de potencializar a visibilidade de escritores independentes. “Não cobro nada para divulgar o trabalho de escritores independentes nas redes sociais”, comenta. “Além disso, personalizamos com a identidade do projeto, distribuímos e comentamos sobre o autor e a obra na nossa página”, diz.