Definitivamente, a vida não está nada fácil nem mesmo para as brilhantes e reconhecidas lideranças do país e do mundo. Ser um líder representa conviver com decepções constantes e vitórias ocasionais. Do enfrentamento da COVID-19, ao home office, dos pedidos de demissão à instabilidade econômica, do patrulhamento de consumidores nas redes sociais às novas tecnologias, como o metaverso, os líderes estão pressionados por todos os lados.
Mas todo desafio e toda crise trazem aprendizados. Logo, por que se dedicar a ouvir as experiências de outros líderes para confrontar a solidão do poder e assimilar novas referências que ajudem a enfrentar tempos de crise?
Leia Mais: Como liderar em tempos de crise?
Nesse contexto, Christina Cacioppo, co-fundadora e CEO da Vanta, plataforma de compliance ligada a Sequoia Capital, Edith Harbaugh, co-fundadora e CEO da LaunchDarkly, plataforma de gestão, Wesley Chan, co-fundador e sócio da FPV Ventures conversaram com a Nicole Carroll, editora-chefe do USA Today no Web Summit. Em foco, os aprendizados dos líderes com seus triunfos e derrapadas.
Confessar fracassos nunca é fácil para os líderes. A literatura corporativa normalmente abordar os sucessos, e é sempre difícil ver que podem enfrentar e encarar fracassos ao longo das carreiras. Nicole Carroll, mediadora do painel, observa que nem sempre os líderes se sentem confortáveis para falar dos erros e das adversidades que acabaram moldando seu próprio jeito de liderar.
Assine nossa newsletter e fique atualizado sobre as principais notícias da experiência do cliente
Wesley Chan, sócio da FPV Ventures, que trabalhou diretamente com Larry Page e Sergei Brin, fundadores do Google, teve de enfrentar um problema gigantesco: ao inserir uma atualização no código do site do buscador, ele simplesmente derrubou… o próprio Google. Logo, Wesley tem o título de ser o criador do maior desastre da história do buscador onipresente na história.
Hoje, Wesley se considera um privilegiado de poder compartilhar essa história, pois ele conseguiu dar a volta por cima e certamente colheu muitos aprendizados dessa falha que os ajudaram em sua trajetória de líder. Imaginem o absurdo de derrubar o Google!
Leia Mais: Sai o CEO, entra o ZEO: conheça a visão de liderança da Geração Z
Encarar o fracasso prepara para o sucesso
Edith defende que a liderança deve ser tolerante ao erro, evidentemente com o cuidado de “não quebrar a internet”, mas dar segurança psicológica para que as pessoas não receiem correr riscos é importante para não inibir a inovação.
Cometer erros traz um tipo de sabedoria para as pessoas. Normalmente, um líder de uma empresa grande comete vários erros de U$ 1 milhão, mas isso o ensina a não cometer erros de US$ 1 bilhão. Wesley afirma que aprendeu uma lição valiosa com Jeff Bezos: evite erros que sejam personalistas, tente sempre dividir responsabilidades para que o problema não fique totalmente nas nossas costas. Saber compartilhar o poder, os sucessos e as expectativas ajudam a dar sentido para o trabalho coletivo e ajuda a mapear problemas no caminho.
Christina Cacioppo diz que o período de pandemia trouxe muita inspiração sobre como trabalhar a cultura corporativa e tentar tocar a empresa e tomar decisões com as pessoas distantes, e o desafio de tomar decisões claras e consistentes. Enfrentar crises também pressupõe a humildade de aprender com os outros CEOs, discutir e buscar conselhos.
É interessa até perceber como encarar o fracasso torna o líder acessível, o humaniza e o torna parte real do time de colaboradores. Um líder não pode deixar de tentar e de buscar o seu melhor para inspirar times e buscar a evolução. Como última provocação, Nicole pergunta a Wesley o que os líderes podem aprender com a postura de Elon Musk. Sua resposta, direta e reta: façam exatamente o oposto dele, não vejo como ser personalista nesse nível faça com que ele reconheça que erra alguma vez.
*A cobertura do Web Summit é uma parceria da Consumidor Moderno com Oásis Lab.
+ Notícias
Experiência do cliente é campo de inovações em série: vale a pena entender