Tradicionalmente, as qualidades femininas têm sido desvalorizadas no local de trabalho. Porém, vivemos uma época de grandes mudanças que privilegiam as características mais comuns na liderança feminina. De fato, 72% das pessoas acreditam que precisamos de uma nova definição de “líder” no mundo de hoje, de acordo com um estudo recente realizado pela The Female Quotient e pela Deloitte.
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Na NRF 2022, maior evento de varejo do mundo, realizado anualmente nos EUA e que este ano retomou a versão presencial, Consumidor Moderno, em parceria com a Varejo 180, acompanhou um painel, reunindo Amira El-Gawly, fundadora e CEO da Manifesta; AnaHenriques, VP Global, bebidas não-alcoólicas AB Inbev, Amy Salcido, General Manager da Kryndryl. Uma conversa que procurou mostrar por que habilidades mais associadas às lideranças femininas estão ocupando o centro das atenções no mundo dos negócios de hoje.
Amira foi a mediadora da conversa, no “Equality lounge” especialmente criado pela NRF, justamente para compartillhar conteúdo e conhecimento sobre equidade e diversidade. Como sabemos, as habilidades femininas foram subavaliadas no mundo corporativo. Mas em um atual cenário tomado por complexidade e incerteza, não será o momento de valorizar mais a capacidade feminina de lidar com problemas? Ana Henriques, da AB INBEV, afirma que este é o momento da empatia, da coolaboração, da capacidade de comunicação, software skills, que normalmente são associadas à liderança feminina. Ela entende que as mulheres podem valorizar mais o entendimento e aplicar a efetividade dessas habilidades mais “suaves” para perseguir os resultados que as empresas almejam.
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Já na visão de Amy Salcido, da Kryndryl, uma das maiores empresas de infraestrutura de TI do mundo, as mulheres se sentem mais confortáveis com ambientes incertos e voláteis. “Mulheres compartilham sua vida, assumem papeis, em casa e na empresa. Não aconselho ninguém a se esconder por trás de papeis distintos. A mulher deve ser autentica e valorizar essa autenticidade. Isso é essencial para um líder”, afirma.
Mas o que significa, de fato, “mulheres na liderança”? Quais as habilidades, características e ideias que definem essa nova liderança? A ideia básica, além da autenticidade é procurar sempre dar o exemplo. Vale a pena entender que as mulheres com certa frequência procuram estimular os demais líderes, diretores e gerentes a também exercitar essa autenticidade, a empatia e a reforçar características que gostavam de ver nos superiores. Ser líder é uma prática constante, não se baseia em uma bala de prata, mas em um conjunto de práticas diárias, pequenas vitórias e detalhes do dia a dia.
Ana Henriques destaca ainda a sua origem brasileira, e como a paixão e a dedicação do trabalho fazem a diferença. Ela sempre procurou valorizar as vantagens competitivas dos integrantes dos times para que pudessem performar melhor e se sentirem aptos a explorar seu potencial.
Mas estamos passando por um dos períodos mais caóticos da história humana, a pandemia, digitalização, o home office. As mudanças na forma de trabalho acabam por impulsionar o valor da adaptabilidade, de um olhar mais emocional para os aspectos da vida e como se relacionam com o trabalho.E como a liderança lida com isso?
A visão dominante no painel enfatizou o quanto o uso dessas soft skills é uma construção diária, que demanda capacidade de conversa, para mostrar como elas são efetivas para o time, para o negócio e para os resultados. É um trabalho de convencimento e de construção de narrativas convincentes. Os modelos existentes, baseados nas “hard skills” ainda têm valor, mas não são determinantes para levar os times a superar desafios e incertezas.
Logo, a liderança feminina está empenhada em envolver times, para mostrar que as habilidades femininas podem fazer o bem à empresa e que elas podem ser aprendidas e desenvolvidas. Há uma nova mentalidade, que apara arestas e repensa as ideias associadas ao sucesso, o que, consequentemente, muda o conceito do que representa ser bem-sucedido: do plano individual para a construção de sucesso coletivo, que é uma tarefa da líder. Ao mesmo tempo, é importante pensar como maximizar o potencial e o valor dos colaboradores a partir dessas características – empatia, colaboração, narrativa, motivação, diálogo.
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