Falar sobre inovação, agilidade, boas ideias é praticamente referir-se diretamente às startups – as tais empresas de modelo enxuto e escalável que estão conquistando o mercado em diversas partes do mundo. Muitas já se tornaram referência em disrupção e estão influenciando outras companhias maiores, que estão remodelando todo o seu negócio para buscar justamente essa veia inovadora.
Na prática, porém, como essas organizações podem ajudar as empresas maiores? A Nimbi, uma empresa especializada em gestão de compras para a cadeia de suprimentos, investiu R$ 40 milhões para modernizar toda a sua plataforma, reduzindo os custos de adoção para as empresas que a utilizam.
O processo foi inspirado na atuação das startups – características de gestão e cotidiano que a empresa implementou em seu próprio dia a dia. O sócio-diretor, Carlos Henrique Campos, destaca as lições principais que aprendeu com os novos empreendedores. Confira:
1 – Ambiente inovador
Startups operam em ambiente mais descontraídos e criativos, que apoiam a sua atividade. Para Campos, as empresas mais consolidadas deveriam fazer o mesmo, criando ou mesmo remodelando o seu ambiente de trabalho. A prática traz um novo tipo de incentivo para os colaboradores. “Com isso é possível nortear uma nova cultura dentro da empresa, estimulando valores que são regidos por inovação, criatividade, além do senso crítico e de equipe, para que todos possam trazer novas ideias”, explica.
2 – Conheça o que é novo
A principal lição das novas empresas aponta para a tecnologia como uma ferramenta sem precedentes. É fundamental que as organizações mais tradicionais se atualizem. “A dinâmica do mercado convida à reinvenção”, analisa o executivo. Observar como as startups executam e se adaptam às novas tecnologias é fundamental para incentivar outras empresas.
3- Cultura abrangente
Não há mais espaço para uma cultura organizacional baseada em regras antiquadas e ultrapassadas. A chamada geração Millennial (nascidos entre 1977 e 2000) é comporta por profissionais hiperconectados, otimistas, que conhecem profundamente a tecnologia, são atraídos pela inovação, tem grande poder de compra e são idealistas. Fora isso, possuem grande senso de responsabilidade e de crítica, e desejam ter a flexibilidade de levantar da mesa para dar uma volta na hora que bem entenderem. “É preciso entender esse profissional, dando a assistência necessária para que ele possa ter a autoestima elevada para poder inovar dentro da empresa”, afirma Campos.
4- Tratamento horizontal
Em uma cultura corporativa convencional, é comum existir os cargos de chefia, de gerência e de execução. Trabalhar de forma horizontal, de igual para igual, foi um quebra trazida pelas startups. O diretor da Nimbi acredita que não estipular essa hierarquia de forma definida também pode ter um impacto positivo para os colaboradores da empresa. “Eliminar as nomenclaturas tradicionais pode servir para unir as equipe, dando a todos os integrantes o mesmo peso”, aponta.
5- Metodologias ágeis
Quem conhece um pouco mais a fundo a cultura das startups, sabe o quão as chamadas metodologia ágeis são utilizadas. Para organizar os processos internos e otimizar a gestão do desenvolvimento de produtos ligados à tecnologia, elas podem ser implementadas em outras áreas da empresa, diz Campos. “É possível utilizar essas metodologias em áreas como marketing e recursos humanos”, diz o executivo. “Tudo isso ligado à cultura de startups, que nada mais é do que a aplicação de ideias inovadoras, colocadas em prática no curto prazo”, complementa.