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Lego e Nasa: um bate-papo sobre inovação aberta

Lego e Nasa: um bate-papo sobre inovação aberta

SXSW traz painel com duas das organizações mais inovadoras da história sobre como gerenciar e aproveitar ecossistemas de inovação. Saiba mais

Negócios fechados estão fora de moda. O momento agora é das empresas abertas, por um motivo bastante claro: por trabalhar e permitir acesso de pessoas de fora, as empresas mais inteligentes do mundo conseguem gerar ideias mais rapidamente e com mais eficiência para resolver grandes desafios. Nesse painel mediado por James DeJulio, co-fundador e Chief Creative Officer da Tongal, uma rede colaborativa de criadores, Amy Pascal, Vice-Presidente de Marketing da Lego e Steven Rader, diretor de inovação colaborativa da Nasa e outras agências federais, falaram, no SXSW, como suas organizações aceleraram os caminhos para o sucesso, abraçando a diversidade e usando a tecnologia para se conectar com talentos espalhados pelo mundo. Esse foi o escopo do painel “Como a Lego e a Nasa assimilam a inovação aberta”.

Em linhas gerais, a inovação aberta habilita o mundo a inovar para você, seus clientes na forma de uma plataforma eficiente. Ela democratiza a criação de ideias e permite que pessoas comuns possam ter acesso às empresas, utilizando seu talento para criar inovação. A digitalização trouxe três bilhões de mentes para o mercado e, dessa forma, sistemas de inovação aberta organizam-se em formato de comunidades, criam caminhos para a inovação e oportunidades infinitas.

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DeJulio é um entusiasta da inovação aberta e diz que ela permite melhorar o mundo de maneira geral, rompendo padrões de isolamento e de pensamento insular. Ele cita o exemplo de St. Louis e o desenvolvimento da aviação, que por conta de um espírito de inovação aberta, desenvolveu-se aceleradamente durante o século XX.

A Sun Records agiu da mesma forma para trazer à luz e impulsionar o rock’n’roll. Sam Phillips, o diretor geral da empresa na década de 50, idealizou um ecossistema de inovação que possibilitou gravações magnéticas e novas rotações de vinil que, por sua vez, permitiram expandir os horizontes da música. Rapidamente, estúdios proliferaram, atraindo legiões de novos músicos e estes, fazendo pequenos shows, ajudaram a disseminar o ritmo, tornando-o acessível e um enorme sucesso.

A sorte da Lego

Para Amy Pascal, a memória afetiva da Lego é a base de uma comunidade de fãs e apóstolos da marca. Os adultos de hoje que brincaram com seus tijolos hoje são um grupo orgânico que conecta esses usuários em uma comunidade global. O DNA da empresa é o de uma organização aberta, inclusiva e sempre receptiva às pessoas de fora. Hoje, ela gerencia uma plataforma que permite configurar produtos e ideias para que a Lego as desenvolva e alimente a comunidade.

“A plataforma ajuda a pensar em criatividade de forma sistemática, e, dessa forma, pensar em configurações múltiplas para o que se poder fazer com os tijolinhos. Já recebemos mais de 50 milhões de contribuições na plataforma desde que começamos a pensar de forma ainda mais aberta, no início dos anos 2000. A Lego tem muita sorte de ter criado esse vínculo com seus clientes, crianças e antigos clientes, os adultos”, comenta Amy. Cada design submetido na plataforma é votado pela própria comunidade e então são encaminhados para produção e podem chegar ao mercado em meses.

O projeto Lego Mindstorms nasceu da inovação aberta que a Lego estimula. É uma iniciativa baseada em robótica e que lança desafios às crianças para criação de sistemas e robôs a partir dos bloquinhos.

Espaço aberto

O Nasa Tournamet Lab, NTL, é a iniciativa de inovação aberta da agência espacial americana. É uma iniciativa baseada em competição e que está aberta para quem se habilitar. Hoje, a Nasa trabalha com 16 diferentes comunidades que permitem à agência dispor de milhares de programadores em tempo recorde. Um mindset construído a partir da diversidade é extremamente rico, na opinião de Steven Rader, da Nasa. “Há milhares de mentes apaixonadas pelos nossos campos de estudo, interessados em participar de desafios e na busca por soluções para os problemas que propomos”, comenta o executivo. Rader revelou que há projetos criados por cidadãos comuns, conduzidos internamente na Nasa, incluindo um criado por um garoto de 15 anos.

Os desafios propostos pela Nasa, no âmbito do NTL, obtiveram mais de 92% de sucesso entre mais de 300 pitches, com redução de 80 nos custos originalmente previstos em cada projeto. Um dado inquestionável da efetividade da inovação aberta.

Momento Big Bang Theory

Um dos momentos mais engraçados do painel abordou o problema das fezes dos astronautas no espaço. O desafio foi abordado na série The Big Bang Theory e mostrava os personagens tentando resolver o problema das necessidades no ambiente espacial. Chamado de “Space poop challenge” na vida real, o pitch recebeu mais de 9 mil contribuições e o vencedor encaminhou um projeto detalhadíssimo com demos e vídeos nos quais a roupa dos astronautas traria embutida técnicas de laparoscopia para eliminar as fezes de forma segura no espaço.

A questão da privacidade e da segurança dos dados das empresas, quando abertas e inclusivas para talentos de fora, parte do princípio de que as comunidades precisam ser ambientes de plena confiabilidade. A crença em valores comuns colabora decisivamente para que projetos estratégicos sejam preservados.

De certa forma, algumas grandes empresas do Brasil estão à procura desse pluralismo de ideias e de captação de inovação e talentos criativos ao incubarem e manterem espaços devotados a startups. Bradesco, Itaú, Totvs, Porto Seguro e Vivo são alguns exemplos de empresas que criaram seus coworkings e espaços de startups para respirar os ventos da inovação.

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